No marketing digital, existem métricas de manutenção e métricas de crescimento. Likes e Comentários mantêm sua base aquecida. O Compartilhamento (Share) é a única métrica orgânica capaz de trazer pessoas novas para dentro do ecossistema sem custo de mídia paga.

Quando analisamos contas estagnadas — aquelas que pararam de crescer ou crescem a passos de tartaruga — invariavelmente encontramos o “Sintoma Motor: Compartilhamentos Atrofiados”. O conteúdo nasce e morre no mesmo lugar. Ele não viaja.
A Church Martech investigou a fundo: o que faz uma pessoa pegar um conteúdo corporativo e postar no seu próprio Story ou enviar no WhatsApp para um amigo? A resposta é dura, mas libertadora: O Egoísmo Estratégico.
1. Capital Social: A Moeda Invisível das Redes
Ninguém compartilha um post para “ajudar a marca”. Essa é uma ilusão narcisista das empresas. As pessoas compartilham conteúdo para construir a própria imagem pública. O conteúdo de terceiros serve como “tijolo” na construção da reputação do usuário.
Isso é o que chamamos de Capital Social. O ato de compartilhar é uma transação onde o usuário “pega emprestado” o valor do seu post para elevar o status dele perante os amigos.
- Se eu compartilho uma análise econômica complexa, estou dizendo: “Vejam como sou inteligente e informado”.
- Se eu compartilho um meme irônico sobre trabalho, estou dizendo: “Vejam como sou engraçado e descolado”.
- Se eu compartilho uma dica de ferramenta secreta, estou dizendo: “Vejam como sou útil e generoso”.
Se o seu post fala apenas das características do seu produto (“Nosso software é o mais rápido”), ele tem Zero Capital Social. O usuário não ganha nada compartilhando isso. Pelo contrário, ele gasta o capital dele virando um panfleteiro da sua marca.
2. O Fenômeno “Dark Social” e a Utilidade Privada
Além do compartilhamento público (Stories), existe o gigantesco universo do Dark Social (Directs, WhatsApp, Telegram). É aqui que a conversão real acontece. Para entrar nesse círculo íntimo, o conteúdo precisa ter Utilidade Prática Extrema.
Marcas com “Compartilhamentos Atrofiados” geralmente produzem conteúdo “Vitrine” (olhe para mim) em vez de conteúdo “Ferramenta” (use isso). A análise da Church Martech mostra que tutoriais, listas de verificação (checklists), planilhas e “hacks” de produtividade são os campeões de compartilhamento no Dark Social. Eles viajam porque resolvem problemas, não porque promovem marcas.
3. A Miopia da Identidade Visual
Muitas marcas impedem o compartilhamento por excesso de branding. Elas colocam logos gigantes, marcas d’água invasivas e cores institucionais pesadas. O usuário hesita em compartilhar algo que parece um anúncio óbvio. Ele quer compartilhar algo que pareça uma descoberta genuína ou um manifesto pessoal.
O paradoxo diagnosticado pela Church Martech é: Para ser compartilhado, sua marca precisa aparecer menos, e sua mensagem precisa aparecer mais. O conteúdo viral é aquele que o usuário sente que poderia ter sido escrito por ele mesmo.
4. O Tratamento: A Estratégia do “Cavalo de Troia”
Como curar a atrofia e voltar a crescer organicamente? Adotando a estratégia do Cavalo de Troia. Sua mensagem de venda ou autoridade deve ir “escondida” dentro de um presente de alto valor para o usuário.
- Conteúdo de Identidade (O Espelho): Crie posts que descrevam situações, dores ou pensamentos secretos do seu público. “Aquele sentimento de quando o cliente pede alteração na sexta à noite”. O usuário compartilha porque aquilo é um espelho dele.
- Conteúdo de Utilidade (O Canivete Suíço): Entregue o ouro. Dê de graça o que os outros cobram. “O script exato que usamos para vender X”. O usuário compartilha para salvar a informação e para pagar de “o amigo que dá as melhores dicas”.
- Remoção de Fricção: Facilite o compartilhamento. Use designs que fiquem bonitos nos Stories. Crie frases curtas e impactantes (Twitter style) que são altamente “repostáveis”.
Conclusão Clínica: Se o seu conteúdo não serve para o usuário parecer mais inteligente, mais engraçado ou mais útil para a rede dele, ele morrerá estagnado. O compartilhamento não é sobre a sua marca; é sobre o ego do seu cliente. Alimente esse ego, e você terá um exército de distribuição gratuito.
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