O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar na quinta-feira o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) que decidirá se o depoimento do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura se ele tentou interferir na Polícia Federal será por escrito ou presencial, determinou o presidente da corte, Luiz Fux.

Mais cedo, o relator do inquérito, Celso de Mello, havia pedido a inclusão do processo na pauta.

Na prática, Fux só tinha as duas sessões desta semana para incluir o tema na pauta, uma vez que Celso de Mello já anunciou que vai se aposentar do Supremo no dia 13 de outubro, terça-feira da semana que vem.

A expectativa era que Fux aceitasse o pedido, considerado como o “último” do decano antes de ele se aposentar.

Na semana passada, logo após retornar da licença médica, Celso de Mello revogou decisão do colega Marco Aurélio Mello, relator interino do caso, que havia agendado para a sexta-feira passada, o início de um julgamento pelo plenário virtual sobre o formato do depoimento de Bolsonaro.

O depoimento do presidente deve ser um dos últimos atos do inquérito aberto em abril para investigar se o presidente tentou interferir na Polícia Federal, conforme declarações feitas na ocasião pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que pediu demissão após o fato.

Bolsonaro já negou ter cometido irregularidades. Após a conclusão das investigações, caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, decidir se vai denunciar o presidente, pedir arquivamento da apuração ou ainda novas diligências.

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