O Dropshipping — modelo logístico onde o lojista vende o produto sem tê-lo fisicamente, repassando o pedido ao fornecedor que envia direto ao cliente — foi, sem dúvida, a porta de entrada mais popular para o comércio eletrônico na última década. No entanto, em 2025, o mercado enfrenta uma ressaca de realidade. A pergunta que ecoa nos fóruns e grupos de networking não é mais “como fazer”, mas “ainda é viável?”.

A resposta curta é: o modelo logístico é brilhante e veio para ficar; o modelo de negócio amador, baseado em produtos chineses de baixa qualidade e prazos de entrega longos, colapsou.
O fim da “farra” tributária e logística
Dois fatores externos forçaram a profissionalização do setor no Brasil. O primeiro foi a regularização tributária sobre importações (como o programa Remessa Conforme), que acabou com a margem de lucro artificial baseada na não-tributação. O segundo foi a exigência do consumidor brasileiro pela entrega rápida (efeito Same Day Delivery dos grandes marketplaces). Lojas de dropshipping que ainda prometem entregas em 20 a 30 dias úteis viram suas taxas de conversão despencarem e o volume de chargebacks (cancelamento de compra no cartão) explodir.
A ascensão do dropshipping nacional
A grande tendência atual é o Dropshipping Nacional. Em vez de buscar fornecedores na Ásia, os empreendedores estão se conectando a fabricantes e distribuidores locais (muitos no pólo industrial de São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais). Isso resolve as duas maiores dores do modelo antigo: reduz o prazo de entrega para 3 a 5 dias e elimina o medo da taxação alfandegária. Plataformas que conectam esses fornecedores nacionais aos lojistas viram um crescimento de três dígitos no último ano.
Branding é a única proteção
No modelo antigo, vendia-se o produto (ex: “o corretor postural revolucionário”). Hoje, o produto é commodity; qualquer um vende. O lucro migrou para quem constrói Marca. As operações de dropshipping que sobrevivem em 2025 são aquelas que parecem marcas nativas verticais (DNVBs). Elas investem em embalagem personalizada (mesmo no drop), atendimento humanizado e uma curadoria de produtos que faz sentido. O dropshipping deixou de ser um “bico” para virar uma estratégia de gestão de cadeia de suprimentos para e-commerces sérios.
Fonte e Curadoria de Conteúdo: www.agenciachurch.com