A integração entre o setor rural e o ambiente escolar tem se fortalecido no Paraná. Inspiradas em práticas desenvolvidas por agricultores do Estado, as escolas estaduais têm implantado hortas orgânicas e sustentáveis como espaços de aprendizado, convivência e incentivo à alimentação saudável. Na via contrária, há produtores que dedicam toda a sua produção às escolas.

Essas ações fazem parte de uma política educacional voltada à sustentabilidade e à educação ambiental. Em diversas instituições, estudantes, professores e gestores participam do cultivo de alimentos, promovendo a relação entre o conhecimento e o cuidado com a terra.
Conforme o Governo do Estado do Paraná, o Colégio Estadual Geraldina da Mota, em Campo Largo, a horta foi implantada em 2022 e hoje conta com 26 canteiros, cultivando hortaliças e frutas que são utilizadas em projetos pedagógicos e na alimentação escolar. Já o Colégio Estadual do Campo Professor Aloísio, na mesma cidade, mantém uma horta 100% orgânica desde 2012, conduzida pelos alunos do Ensino Médio. Parte da produção é usada na merenda e o excedente é comercializado com a comunidade.
O trabalho de produtores rurais têm servido de referência para essas iniciativas. Um exemplo é Eduardo Massaki Fujiharo, reconhecido pelo Prêmio Orgulho da Terra 2025 na categoria Hortifruti. Ele e a família cultivam hortaliças em Umuarama, no Noroeste do Paraná, e fornecem alimentos para programas públicos, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
“Eu e os meus irmãos moramos aqui no município de Umuarama desde o nosso nascimento. Nossos pais e avós foram pioneiros aqui no município. No começo, cultivavam café, que foi a fonte de renda da família por várias décadas, até 2022, quando eliminamos todo o café da propriedade. Em 2014, começamos a trabalhar com a produção de hortaliças, com o objetivo de fornecer para a merenda municipal, estadual, para o CRAS, banco de alimentos e o programa Lixo que Vale”, disse.
O produtor destacou que, após dois anos de adaptação, conquistou o selo de produto orgânico e passou a investir em práticas mais seguras. “A primeira conquista foi a segurança no manuseio, porque o produto natural te dá tranquilidade e evita o risco dos produtos químicos. Além disso, a alimentação é melhor e mais saudável”, complementou.
Fujiharo afirmou que o reconhecimento recebido com o prêmio simboliza o esforço de gerações da família e a continuidade do trabalho agrícola no município. “Quando recebi a notícia da premiação, fiquei muito feliz, porque é um reconhecimento que honra a memória dos nossos pais e avós, que foram pioneiros aqui. Assim como eles deixaram um legado, nós também conseguimos deixar algo bonito na história da família e do município”, comemorou.
E iniciativas como a de Fujiharo também colocam o Paraná em destaque na produção de hortifrutis. Em 2024, a horticultura movimentou mais de R$ 9 bilhões no estado. Para a safra 2024/2025, o setor representa 5,1% do VBP total do agronegócio paranaense. As exportações de frutas do estado cresceram 33% em 2024, atingindo um valor de US$ 14 milhões. Ao todo, 63 tipos de frutas foram exportados para 54 países. E a região noroeste, onde está a propriedade de Fujiharo, se destaca neste setor.
Prêmio Orgulho da Terra 2025
Desde 2021, o Prêmio Orgulho da Terra é promovido pelo Grupo Ric, por meio do Ric Rural Hub, com apoio do IDR-Paraná e do Sistema Ocepar. A iniciativa reconhece produtores rurais que se destacam no agronegócio paranaense por boas práticas de sustentabilidade, desenvolvimento socioeconômico e impacto comunitário.
Na 5ª edição, 51 produtores concorreram em 17 categorias. Os cases foram indicados por técnicos do IDR-Paraná e do Sistema Ocepar e foram avaliados por um comitê de notáveis, composto por representantes da FAEP, FETAEP, ADAPAR e SEAB. A festa de premiação será no dia 11 de novembro, na sede do IDR-Paraná, em Curitiba.
Patrocínio: FIAT, C Vale, Embio Biotecnologias e Banco do Brasil
Oferecimento: Globoaves – Categoria, W3 Foods, Auten Trade
Realização: Ric Rural Hub
Co-realização: IDR-Paraná, Sistema Ocepar
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