Os últimos dois leilões do novo pedágio paranaense foram realizados no mês passado. Com isso, todos os trechos rodoviários já estão sob responsabilidade das concessionárias. O assunto foi tema do podcast Momento Indústria, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

O Grupo Pátria, que já administra o lote 1, também ficará responsável pelos trechos do lote 5. O lote 4 vai ficar sob a responsabilidade do Consórcio Infraestrutura PR, da qual fazem parte a EPR e a Perfin Voyager Fundo de Investimento. Eles já administram também os lotes 2 e 6. E o lote 3 está sendo administrado pelo grupo Motiva, antiga CCR.
Além da previsão de grandes obras, como duplicação de vários trechos, terceiras faixas e construção de viadutos, um dos pontos de maior atenção para o setor produtivo é o valor cobrado pelas tarifas.
A Federação das Indústrias do Paraná acompanhou todo o processo de elaboração do projeto das novas concessões e agora, por meio do painel “Observatório dos Pedágios”, segue fiscalizando o que está sendo feito.
O balanço do novo pedágio e esse trabalho de monitoramento dos contratos de cada lote foi o assunto tratado no novo episódio do Momento Indústria do Sistema Fiep, que contou com a participação de Homero Marchese, consultor do Observatório dos Pedágios da Fiep. O programavai ao ar todo sábado na Jovem Pan News Paraná.
Um dos pontos destacados por Homero Marchese foi a diferença tarifária entre um lote e outro.
“Se você fizer uma tarifa média de cada lote e fizer uma comparação, há diferenças grandes. O lote 6, por exemplo, que têm rodovias das regiões Centro-Sul e Sudoeste, tem tarifas quase 80% acima das tarifas do lote 1, na região de Curitiba a Prudentópolis. E isso é um problema porque traz uma desvantagem competitiva para o empresário, para o industrial que está instalado naquelas regiões em que o pedágio é mais caro”, ressaltou.
Outro ponto ressaltado pela Fiep diz respeito ao cumprimento das cláusulas dos contratos. A entidade inclusive acionou o Ministério Público Federal recentemente, para que seja instalado um inquérito civil para apurar um suposto excesso de arrecadação por parte das concessionárias dos lotes 1 e 2.
Segundo a Fiep, a arrecadação das empresas foi superior à máxima projetada no modelo econômico-financeiro dos editais de licitação.
Com base nisso, a instituição também oficiou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pedindo que as concessionárias devolvam cerca de R$ 200 milhões dessa arrecadação, ou seja, a devolução de R$ 100 milhões de cada concessionária.
Lembrando que a ferramenta “Observatório dos Pedágios” é uma iniciativa da Fiep e está aberto ao público para consulta de dados, documentos e informações sobre os seis lotes de concessão. O endereço eletrônico é observatoriodospedagios.org.br.