Curitiba - O Festival Internacional de Hip Hop (FIH2) 2025 marcou um momento histórico para a cultura urbana brasileira. Em sua 22ª edição, realizada entre os dias 4 e 6 de julho, em Curitiba, o evento abriu espaço pela primeira vez para o K-pop, movimento cultural sul-coreano que conquistou o mundo e que, agora, passa a integrar a programação oficial.

A edição 2025 reuniu 17 grupos de dança de K-pop que surpreenderam pela qualidade técnica, riqueza visual e profissionalismo. O público lotou o teatro e vibrou com cada performance, enquanto o engajamento massivo da comunidade K-pop nas redes sociais marcou as transmissões ao vivo.
Segundo Octávio Nassur, idealizador e diretor do FIH2, a estreia foi tão bem-sucedida que todos os 17 grupos já confirmaram presença na edição de 2026. Os planos para a próxima edição são de aumentar o número de grupos e ampliar ainda mais a participação com professores de dança sul-coreanos para promover uma troca técnica e cultural.
“Recebemos muitas mensagens dizendo que acompanharam pela internet e que no ano que vem estarão em peso aqui. O K-pop não apenas encontrou espaço no FIH2, mas provou ser uma potência que conecta gerações e inspira novas formas de expressão”, destaca.

K-pop está no DNA do FIH2
A estreia do K-pop no FIH2 foi planejada com cuidado e respeito à cultura e à comunidade que a representa, mas não deixa de ser uma consequência direta dos movimentos da cultura urbana. Nassur ainda lembra que a sua inclusão é também parte do objetivo do festival de ser um espaço democrático para todas as expressões artísticas.
“Desde que o pianista de James Brown cunhou o termo ‘funk’, a dança urbana tem se transformado com as novas gerações. Michael Jackson, Justin Timberlake e até as boybands dos anos 90 pavimentaram o caminho que hoje o K-pop percorre com perfeição”, explica.
De acordo com Nassur, os grupos de K-pop utilizam técnicas das danças urbanas com precisão cirúrgica, criando espetáculos que unem técnica, emoção e performance visual. “É um tipo de dança que mescla o impacto das coreografias com a força coletiva de um grupo em cena. Isso fala diretamente com o DNA do FIH2, que valoriza tanto a individualidade quanto a sinergia dos coletivos”, completa.
K-pop: da Coreia do Sul para o mundo
Para entender a relevância desse passo, é importante reconhecer o fenômeno global que é o K-pop, sigla para Korean Pop. Surgido na Coreia do Sul no final dos anos 1990, o K-pop mistura influências do hip hop, R&B, eletrônica, pop ocidental e elementos da cultura asiática tradicional. Mais do que um gênero musical, o K-pop é um movimento artístico e comportamental, que envolve música, moda, performance, engajamento digital e forte conexão com os fãs.
Grupos como BTS, Blackpink, EXO, Stray Kids, Seventeen, entre muitos outros, são protagonistas nas paradas de sucesso globais, acumulando bilhões de visualizações nas redes sociais e uma base de fãs extremamente fiel e ativa. Parte do impacto vem das coreografias meticulosamente ensaiadas, que se tornaram assinatura do estilo e inspiração para milhões de jovens ao redor do mundo.
Nas redes sociais, principalmente TikTok, Instagram e YouTube, essas coreografias são replicadas, reinterpretadas e viralizadas, criando uma comunidade global de dançarinos e fãs que se conectam por meio do movimento.

FIH2 2025: uma edição histórica
A edição de 2025 consolidou o FIH2 como referência continental no segmento da dança urbana. Foram mais de 1.700 dançarinos inscritos, 6 mil espectadores no Teatro Positivo durante os três dias, e 18 mil pessoas circulando pela Feira de Arte e Cultura Urbana. A programação ainda teve transmissão online com 1.150 pessoas assistindo simultaneamente ao FIH2 Awards todos os dias.
A estrutura montada no Teatro Positivo ofereceu:
- Superworkshops com coreógrafos como Anthony Thomas (Janet Jackson) e Arielle Macedo (Anitta);
- Batalhas de locking, breaking e freestyle;
- Mostras infantis, feira cultural, quadra esportiva e pista de dança aberta;
- Bate-papos e palestras com DJs e profissionais da dança.
O FIH2 tem patrocínio do Ministério da Cultura, Sanepar, Grupo Potencial, Grupo Barigui e Governo do Estado do Paraná.
Apoio de Prefeitura de Curitiba, Smelj, Handz, QIX, MobLed, Ecco Salva, Universidade Positivo e Chácara Paraíso do Sol.