A instalação de 64 galinheiros comunitários vai fortalecer a segurança alimentar em 32 comunidades indígenas Guarani do Oeste e Litoral do Paraná beneficiadas pelo projeto Opaná: Chão Indígena. A iniciativa é promovida pela Fundação Luterana de Diaconia em parceria com a Itaipu Binacional, por meio do programa Itaipu Mais que Energia, e está alinhada às diretrizes do governo federal.

galinheiro comunitario
Os galinheiros comunitários vão ajudar as comunidades indígenas do Paraná (Foto: Divulgação/Assessoria de Comunicação FLD)

A princípio, a construção dos galinheiros comunitários começou no Tekoha Nhemboete, no oeste do Paraná, onde estão sendo implantadas três unidades. As obras começaram na última semana e seguirão pelos próximos meses. A medida beneficia diretamente pelo menos 500 indígenas.

Com as unidades, a previsão é que sejam criadas aproximadamente 6.400 aves, cerca de 100 aves por galinheiro comunitário. Todas serão de dupla aptidão, ou seja, aptas tanto para a produção de carne quanto de ovos. Em poucos meses, cada uma pode atingir uma média de 3 kg de carne, garantindo uma fonte robusta de proteína. Além disso, considerando que uma galinha fêmea bota, em média, um ovo por dia, estima-se que cada galinheiro poderá produzir cerca de 50 ovos diariamente.

De acordo com Adelaide ramiraes, cuidadora de um dos galinheiros no Tekoha Nhemboete, há tempos desejava voltar a criar galinhas.

“Quando morava no Mato Grosso, eu criava bastante, mas aqui no Oeste do Paraná foi mais difícil conseguir a estrutura e os animais. Agora, com o projeto, posso voltar a me dedicar a isso, o que me deixa muito feliz”, afirma.

Cada galinheiro contará com uma área coberta de 20 metros quadrados, onde serão instalados comedouros, bebedouros e poleiros, garantindo abrigo e conforto para as aves. Ao redor dessa estrutura central, será construído um piquete cercado, cujo tamanho será ajustado conforme a disponibilidade de espaço em cada comunidade. Esse sistema permite que as galinhas tenham acesso a uma área externa, favorecendo a alimentação de livre pastagem e promovendo um manejo mais sustentável.

Após a instalação das unidades e a chegada dos animais, as comunidades continuarão recebendo acompanhamento técnico, com orientações sobre manejo sustentável, reprodução e alimentação das aves. Esse suporte, alinhado aos saberes tradicionais Guarani, será essencial para garantir a continuidade e o sucesso da criação.

As estruturas estão sendo implantadas de forma participativa, com o envolvimento direto das comunidades e da equipe técnica do projeto. A definição dos locais e das famílias responsáveis pelo cuidado dos animais foi feita durante a construção dos planos comunitários elaborados no início do Opaná.

Nas próximas semanas, também terá início a construção das 25 unidades produtivas de suínos no projeto. O Opaná: Chão Indígena busca fortalecer a segurança alimentar por meio da implementação dos Sistemas Indígenas de Produção Agroecológica (SIPAs), que incluem, além da criação de aves e suínos, tanques de piscicultura, roçados e quintais produtivos.

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Mariana Gomes

Repórter

Formada em Jornalismo pela PUCPR, especialista na área de Esportes, Cultura e Segurança, além de assuntos virais da internet e trends das redes sociais.

Formada em Jornalismo pela PUCPR, especialista na área de Esportes, Cultura e Segurança, além de assuntos virais da internet e trends das redes sociais.