MADRI (Reuters) – Um espanhol de 20 anos que havia dito que tinha sido atacado com uma faca por uma gangue mascarada que tinha entalhado uma ofensa homofóbica em suas nádegas agora disse à polícia que os ferimentos foram consensuais, informou o Ministério do Interior nesta quarta-feira (8).
Protestos haviam sido convocados para a noite desta quarta-feira (8) em toda a Espanha em reação ao suposto ataque, cuja brutalidade aparente e proximidade do bairro de Chueca, notoriamente acolhedor aos gays, chocaram a sociedade espanhola.
Mas o ministério disse em uma mensagem aos jornalistas que o homem recuou de sua afirmação inicial de que foi atacado no domingo no bairro de Malasaña, no centro de Madri, e admitiu que os ferimentos que sofreu foram infligidos com seu consentimento.
A pasta não quis comentar os motivos do delator, nem revelar sua identidade, que a Reuters tampouco conseguiu estabelecer.
Os organizadores do protesto disseram que a manifestação desta quarta-feira acontecerá mesmo assim.
A violência homofóbica está nos holofotes no país desde o assassinato do auxiliar de enfermagem brasileiro Samuel Luiz, que em julho foi espancado até a morte na Galícia, região do noroeste espanhol, supostamente por causa de sua orientação sexual.
O ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, alertou no início desta quarta-feira que os crimes de ódio estão aumentando e se tornando mais violentos.
(Por Belén Carreño)