Por Eric Gaillard e Richard Lough

MARSELHA/PARIS (Reuters) – Todos os dias desta semana, o professor Dominique Rossi reuniu um grupo de crise do coronavírus enquanto as unidades de terapia intensiva em hospitais de Marselha ficavam lotadas, após uma calmaria no verão, decidindo sobre a melhor forma de distribuir leitos e buscar mais funcionários.

Com 95% dos 80 leitos de terapia intensiva do Bouche du Rhone reservados para pacientes com Covid-19 agora ocupados, Rossi tem usado seus conhecimentos sobre pandemia para lidar com um aumento no número de pacientes no epicentro do ressurgimento do coronavírus na França.

“Estamos de volta à rotina de trabalho que adotamos em abril”, disse Rossi, urologista que chefia a Comissão Médica dos Hospitais de Marselha, à Reuters.

A França tem registrado uma das maiores acelerações de infecções por coronavírus na Europa Ocidental desde meados de julho.

O Bouche du Rhone apresentou uma taxa de positividade – taxa na qual os testes mostram infecção – de 14,2% na quarta-feira, mais que o dobro da taxa nacional. Autoridades de saúde dizem que uma taxa abaixo de 5% demonstra o controle sobre a disseminação do vírus.

No semiprivado Hopital Europeen, o chefe da terapia intensiva Thomas Signouret declarou que metade dos 20 leitos da unidade é dedicada a pacientes com Covid-19 e oito já estão ocupados.

“Nosso maior problema agora é encontrar funcionários adicionais”, disse Signouret, fazendo uma pausa em seu turno.

A França, assim como a vizinha Espanha, tem registrado novos números recordes de infecções diárias.

(Reportagem de Eric Gaillard em Marselha e Richard Lough em Paris)

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