A Itaipu Binacional vai ajudar a reduzir o déficit habitacional de duas comunidades indígenas no município de Diamante d’Oeste (PR). Com o investimento de R$ 12.685.870,93 serão construídas 70 moradias para abrigar as famílias dos povos Tekoha Añetete (38 casas) e Tekoha Itamarã (32 casas). O convênio faz parte das ações do Programa Itaipu Mais que Energia e tem o objetivo de dar melhor qualidade de vida às comunidades indígenas da região.

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João Miri, cacique da comunidade Tekoha Añetete (Foto: Itaipu BInacional/Sara Cheida)

“Além de gerar energia, Itaipu gera desenvolvimento regional, especialmente, numa comunidade indígena em que as famílias passam por muitas dificuldades. Esse olhar é importante para darmos melhor estrutura a todo o conjunto da sociedade. Temos grandes investimentos na cidade de em Diamante d’Oeste, mas também temos que ter esse olhar para os povos indígenas”, afirmou o diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni.

As moradias de 50 m² serão construídas em alvenaria seguindo o padrão desenvolvido pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), incluindo ligação de rede elétrica, fossa séptica e água canalizada. O convênio tem validade de 30 meses. Futuramente pode ser feito um aditivo para a construção de mais moradias nas duas comunidades.

De acordo com um levantamento da Itaipu, muitas famílias das duas comunidades vivem em tendas ou barracas sem água encanada, energia elétrica e destinação correta do esgoto. O crescimento da população indígena tem feito que mais de uma família dividam a mesma casa. Atualmente, 100 famílias vivem na comunidade Tekoha Añetete e 75 no povo Itamarã.

Segundo o gestor do Programa de Sustentabilidade Indígena da Itaipu Binacional, Paulo Porto, o território é parte fundamental da cultura avá guarani.

“Quando se pensa em território, não é só a terra, mas também saúde, educação, cultura, segurança alimentar, segurança hídrica, ou seja, condições que permitam aquela terra ser uma aldeia de verdade. E, claro, também se enquadra a habitação”.

Porto explica que apesar de as habitações serem construídas segundo o padrão convencional da Cohapar, haverá adaptações pelos próprios moradores para se adequar à cultura indígena, como a construção de um segundo espaço para fazer a fogueira e promover conversas.

“Ainda que seja uma casa da perspectiva não indígena, não tenho dúvida que eles vão criar condições para que ela seja integrada na perspectiva cultural guarani”, concluiu.

O cacique Cipriano Alves, do povo Tekoha Itamarã, agradeceu o investimento reforçando que a moradia é muito importante para a comunidade.

“Hoje em dia a gente precisa do material para construção da casa, um material que a gente não tem mais. Não dá para tirar do mato, não tem a matéria-prima que a gente usava antigamente para construir nossas casas. Então hoje é um dia muito especial”.

Já João Miri, cacique da comunidade Tekoha Añetete, concorda que as casas de alvenaria são necessárias, visto que não é mais possível construir moradias como antigamente.

“A casa significa melhorar a qualidade de vida da nossa população e é isso que queremos, melhorar a moradia, a saúde, a educação, a agricultura. E Itaipu é um parceiro muito importante para nossa comunidade”.

De acordo com o prefeito de Diamante d’Oeste, Amarildo da Silva, essa é uma demanda antiga das comunidades e o investimento da Itaipu Binacional vai promover o bem-estar social para os povos indígenas.

“Somos um município pequeno, de baixo IDH, o apoio da Itaipu ajuda a população. A Itaipu é uma parceira muito grande e tem um papel fundamental para o desenvolvimento de Diamante d’Oeste”, afirmou.

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