Se você abrir o LinkedIn ou sites de vagas hoje, encontrará uma discrepância curiosa: há milhares de pessoas com certificados de “Gestão de Tráfego” buscando emprego, e há milhares de empresas desesperadas procurando gestores qualificados, sem conseguir contratar. Esse paradoxo define o momento atual da profissão mais vital do marketing digital.

O Gestor de Tráfego (ou Media Buyer) é o profissional responsável por administrar o orçamento de publicidade de uma empresa nas plataformas digitais (Google, Meta, TikTok, LinkedIn). Ele não é o “menino do computador” que aperta botões; ele é um gestor de investimentos.
A evolução do perfil: de operacional para estratégico
Até 2022, o mercado aceitava gestores puramente operacionais — aqueles que sabiam configurar uma campanha e subir um criativo. Com a automação das plataformas (como o Performance Max do Google e o Advantage+ da Meta), a IA passou a fazer o trabalho braçal de segmentação melhor que o humano.
O gestor valorizado em 2025 é o Estrategista de Dados. As empresas buscam profissionais que entendam de negócios, não só de ferramentas.
- Ele precisa saber ler um DRE (Demonstrativo de Resultado) para entender até quanto pode pagar por um lead (CPL).
- Ele precisa entender de atribuição (saber qual canal realmente gerou a venda).
- Ele precisa ter noções de criativo para orientar a equipe de design, pois o anúncio visual impacta mais o resultado do que a configuração técnica.
A remuneração e a pressão
Por lidar diretamente com o dinheiro da empresa, a pressão é alta e a remuneração acompanha. Gestores seniores trabalham frequentemente com modelos de remuneração híbrida: um fixo (fee mensal) mais uma variável sobre o resultado gerado (success fee). Isso alinha interesses e permite ganhos muito acima da média do mercado CLT tradicional.
O gargalo da formação
O grande desafio do setor é a falta de “horas de voo”. Cursos ensinam a teoria, mas a gestão de tráfego é empírica. Um gestor só se torna sênior após gerenciar verbas substanciais e enfrentar crises (contas bloqueadas, queda de performance, mudanças de algoritmo). A escassez de profissionais com essa vivência de “campo de batalha” inflacionou os salários e tornou a terceirização via agências especializadas uma opção mais segura para as empresas do que a contratação interna de juniores.
Fonte e Curadoria de Conteúdo: www.agenciachurch.com