Por Alistair Smout

LONDRES (Reuters) – O órgão regulador de medicamentos britânico alertou que as pessoas com alergias significativas não devem tomar a vacina contra Covid-19 da Pfizer-BioNTech, depois que duas pessoas sofreram reações adversas, mas orientações mais detalhadas estavam sendo preparadas nesta quarta-feira com base nas análises desses casos.

O Reino Unido começou a vacinar sua população na terça-feira, iniciando pelos idosos e trabalhadores da linha de frente do combate à pandemia, como parte de um esforço global que representa um dos maiores desafios logísticos da história em tempos de paz.

O diretor médico do Serviço Nacional de Saúde (NHS) britânico, Stephen Powis, disse que a orientação para pessoas alérgicas foi feita por precaução depois que dois funcionários do NHS relataram reações anafiláticas à vacina.

“Duas pessoas com histórico de reações alérgicas significativas responderam adversamente ontem”, afirmou Powis. “Ambas estão se recuperando bem.”

A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) inicialmente aconselhou qualquer pessoa com “histórico de reação alérgica significativa a uma vacina, medicamento ou alimento” a evitar tomar a vacina contra Covid-19.

No entanto, essa orientação ainda está sendo alinhada após discussões com especialistas sobre a natureza das reações.

“Estamos ajustando a orientação para deixar bem claro que se você tem uma alergia alimentar, você não está em risco”, afirmou à Reuters Paul Turner, especialista em alergia e imunologia do Imperial College London que tem aconselhado a MHRA.

A Pfizer e a BioNTech disseram estar apoiando a investigação da MHRA.

Na semana passada, a britânica MHRA se tornou a primeira reguladora no mundo a aprovar a vacina, desenvolvida por BioNTech e Pfizer, enquanto a FDA norte-americana e a Agência Europeia de Medicamentos continuam avaliando os dados.

Uma autoridade de alto escalão dos EUA disse nesta quarta-feira que os norte-americanos com reações alérgicas graves podem não ser candidatos à vacina contra Covid-19 da Pfizer até que se compreenda melhor o que aconteceu.

O Ministério da Saúde do Canadá afirmou que analisaria as reações adversas relatadas no Reino Unido, mas que os eventos adversos eram esperados e não necessariamente mudariam o risco/benefício da vacinação, depois que o país aprovou a vacina.

A Pfizer informou que pessoas com histórico de reações alérgicas adversas graves foram excluídas de seus estudos em estágio avançado.

(Reportagem adicional de Josephine Mason, Ludwig Burger, Francesco Guarascio e Julie Steenhuysen)

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