Dois jovens foram presos pela participação no espancamento de Guilherme Guimarães Nascimento, de 16 anos, ocorrido na madrugada de 18 de agosto deste ano, no bairro Boqueirão, em Curitiba. O adolescente morreu no dia 11 de setembro, após permanecer internado por 25 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). (Assista reportagem abaixo)
Durante a apresentação dos suspeitos nesta sexta-feira (11), o delegado Tito Lívio Barichello, da 2ª Delegacia de Homicídios, se emocionou ao dar uma resposta à família da vítima.
“O seu Francisco [avô da vítima], uma pessoa simples, uma pessoa de bom coração, veio até aqui, me abraçou, me entregou a camiseta [com a foto do neto] e me disse ‘eu não vou mais ter meu netinho de volta, mas eu quero que vocês me ajudem a prender os criminosos’. E nós, da 2ª Delegacia de Homicídios, juntamente com os investigadores, nós dissemos pra ele ‘seu Francisco, o senhor pode ficar tranquilo que no dia que nós prendermos os criminosos, nós vamos mostrar essa Camiseta a toda população curitibana dizendo que a Justiça foi feita e que o seu netinho, um menino de 16 anos, o Guilherme Nascimento, onde ele estiver agora, ele vai saber que os criminoso estão presos”, declarou.
Entenda a morte do adolescente em Curitiba
Poucos dias após completar 16 anos, Guilherme conseguiu pela primeira vez a autorização dos avós, com quem vivia, para sair a noite. O adolescente então foi até a casa de amigos, no bairro Boqueirão, e no fim da confraternização todos resolveram voltar para casa a pé para economizar.
No entanto, na proximidade Praça dos Menonitas, o grupo foi abordado por seis rapazes que, segundo testemunhas, queriam brigar. Guilherme conseguiu acalmar os ânimos tanto de seus amigos como dos desconhecidos e colocou fim na confusão. O que ele não esperava é que os mesmos jovens iriam esperar por eles um pouco a frente.
Conforme o delegado, os amigos de Guilherme fugiram quando se depararam com a emboscada, mas ele não quis abandonar as amigas e permaneceu ali.

“Num ato de extrema covardia, os investigados, se aproveitando dessa superioridade numérica passaram a, de forma excessiva, a bater na vítima. Bateram tanto, mas bateram tanto, derrubaram no chão, chutaram, causaram lesões contundentes gravíssimas. A vítima foi arrastada para casa por amigos que retornaram e encontraram o adolescente caído no chão”, explicou Barichello.
O delegado ainda fez questão de pontuar que quando o avô viu o neto, não conseguiu reconhecê-lo de tantas lesões que possuía.
Ao todo, seis pessoas participaram do espancamento do adolescente:
- Guilherme Rafael de Oliveira Campos, 19 anos, preso;
- Izael Pontes Correa Neto Ortiz, 19 anos,preso;
- um menor de idade que foi apreendido;
- outro menor de idade foi identificado, mas não apreendido;
- e outros dois adultos identificados, mas ainda não presos.
Segundo o delegado, os suspeitos negam o crime, mas foram reconhecidos pelas testemunhas que não têm dúvidas sobre suas identidades. Eles permanecem detidos e poderão responder por homicídio qualificado.
Veja o vídeo:
A RIC Record TV acompanhou a apresentação dos suspeitos.