Juliano Alves Jorge, namorado virtual da nutricionista curitibana que morreu com suspeita de envenenamento no interior de São Paulo, nega que tenha sido responsável pela morte Leryanne Cristina de Moraes Lino, de 35 anos. (Assista reportagem abaixo)
A Leryanne morreu, na última terça-feira (22), após permanecer 12 dias internada no Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto. Ela havia viajado de Curitiba para São Paulo com o intuito do noivar com Juliano.
Namorado virtual diz que nutricionista morreu por uso contínuo de remédios
Em conversa exclusiva com a Record TV, ele declarou que a companheira perdeu a vida em decorrência de uma insuficiência renal causada pelo uso contínuo de medicamentos controlados.
“Ela já vinha com esse problema de rim que a gente não sabia, de falência do rim o problema do fígado dela, que ela tomou muito tempo remédio. Pelo jeito que ela chegou, ela tava respondendo. Foram descobrir o problema no rim no terceiro, quarto dia, que ela já tava com falência do rim do fígado”, disse Juliano.
Quando indagado sobre a causa de não ter avisado a família da mulher, que vive no Paraná, sobre o estado de saúde de Leryanne, Juliano não explicou motivo. Apenas pontuou que quando ela passou mal, os dois estavam juntos e ele foi com ela até o hospital.
Família acredita que namorado virtual envenenou nutricionista
De acordo com a família de Leryanne, a nutricionista que viviam em Curitiba conheceu Juliano através de redes sociais há pouco mais de um ano. Os dois, então, iniciaram um namoro virtual que durou até o início de 2019, quando a jovem acabou o relacionamento após muita insistência de sua família que não concordava com a relação.
Depois alguns meses, os dois reataram o namoro e Juliano viajou para a capital do Paraná. Durante os três dias que ele permaneceu na cidade, o casal ficou hospedado em um hotel e ele não foi até a casa da namorada para conhecer seus pais e irmãos.

Algum tempo depois, ela decidiu ir até a cidade do namorado virtual para que os dois pudessem noivar. Segundo Everton Augusto, irmão da jovem, a família sempre achou o homem suspeito e a desconfiança aumentou quando ele foi até Curitiba e evitou conhecer os parentes de Leryanne.
“Ela disse que gostaria de ir até lá porque ela queria noivar, encontrou esse rapaz e nós não concordávamos muito com esse relacionamento porque a gente não tinha informações sobre residência, de onde trabalhava. Tudo isso era um pouco suspeito para nós”, contou o irmão.
Leryanne chegou em Ribeirão Preto no dia 4 de outubro. No dia 12, uma uma equipe médica do Hospital das Clínicas ligou para a família avisando sobre o internamento e falência de alguns órgãos da nutricionista.
Ainda conforme o irmão, a família viajou para o interior de São Paulo e lá foi informada sobre a suspeita de que o namorado poderia ter envenenado a nutricionista.
“Na primeira conversa com os médicos, a primeira suspeita era de envenenamento. […] Ela também apresentava hematomas pelo corpo e apesar de não apresentar nenhum trauma, os órgãos estavam se definhando, típico de envenenamento. Eles alertaram a gente que o namorado dela era uma pessoa suspeita, então, eles não queriam passar informação para ele” disse.
A Polícia Civil de Ribeirão Preto, que investiga o caso, espera um laudo do médico-legista para comprovar a causa da morte.
Mudança de comportamento após viagem
Airton Moraes Lima, tio de Leryanne, pontua que após chegar em Ribeirão Preto, a sobrinha mudou seu comportamento e parou de mandar mensagens de áudio, como era seu costume. “Ninguém está afirmando que ele seja autor da morte dela, só que temos uma série de indícios que nos levam a acreditar nisso. Ele é uma pessoa com problemas de comportamento. E existe uma possibilidade grande dele ter clonado o WhatsApp dela, porque a mudança na conversa a partir daquele momento é radical. Não existia uma explicação para a conversa ser apenas digitada…por que nunca um áudio? Como sempre foi? Sempre que ela viajava, ela ligava”, declarou um tio da vítima.
Além disso, o tio da nutricionista lembrou que Leryanne ligou para familiares pedindo um remédio e as lentes de contato que havia esquecido em Curitiba, mas que o endereço para a entrega estava errado.
“Ela ligou pedindo as lentes de contato e um medicamento e isso nunca chegou lá. Ele passou o endereço de um shopping, onde ninguém conhecia ele”, contou.
Boletim de ocorrência por injúria
Em Curitiba, existe um boletim de ocorrência- por injúria e difamação- registrado pela nutricionista contra o namorado virtual.
Em entrevista, Juliano afirmou que o B.O. foi feito após ele ameaçar que contaria para a família da mulher, que Leryanne estaria conversando com outros homens pela internet. “A gente se conheceu numa rede social e tal, e ela se mostrava para outros rapazes e coisa e tal. Eu falei pra ela não fazer mais, ela continuou fazendo e foi quando eu ameacei ela. Falei ‘se você não parar com isso, eu vou falar pra sua mãe, pro seu pai, vou mostrar pros seus irmãos que você anda fazendo isso. Aí, ela foi e fez o boletim de injúria”, finalizou o namorado virtual.