Um homem estava usando um anúncio falso de emprego, publicado no Facebook, para aliciar menores de idade em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. O caso só foi descoberto depois que a jornalista Tamara Soares, de 28 anos, que desconfiou da oferta na rede social. (Assista reportagem completa abaixo) 

Segundo ela, a oferta de vagas de trabalho era vaga e o perfil do anunciante era suspeito. “Nesse anuncio tinha em torno de 130 comentários e muito deles era de pais, de responsáveis, marcando adolescentes, como se fosse mesmo uma oportunidade trabalho. E eu desconfiei mesmo da falta de informações mais profissionais no anúncio e do próprio perfil da pessoa que estava anunciado. Que era um perfil suspeito, com poucas fotos, recém criado. Não parecia ser verdadeiro”, contou Tamara. 

“E eu desconfiei mesmo da falta de informações mais profissionais no anúncio e do próprio perfil da pessoa que estava anunciado”

Jornalista resolveu investigar o anúncio de emprego no Facebook

Duvidando da veracidade do anúncio de emprego para menores aprendizes, Tamara resolveu entrar em contato se passando por uma adolescente. Logo no início da troca de mensagens por WhatsApp, o suposto empregador pediu uma foto para ‘avaliar’ a candidata. A jornalista enviou e o homem respondeu dizendo ‘se vier trabalhar assim a vaga é sua’. Na sequência, o assédio disfarçado de proposta continua, ele pede mais fotos de legging e de shorts. 

Trecho da conversa entre a jornalista e o empregador falso. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

Depois que a jornalista postou na internet a conversa que teve com o falso empregador, o anúncio sumiu, mas algumas vítimas entraram em contato com ela. Uma das adolescentes relatou que chegou a ser ameaçada pelo suspeito. “Tive respostas de algumas adolescentes, uma especificamente que respondeu ao anúncio e inclusive recebeu ameaças da pessoa, que falou ‘ se você me expor, eu vou falar que você mandou me mandou foto pra conseguir emprego’ e a própria adolescente, ela não quis procurar alguma autoridade pra denunciar porque ela se sentiu intimidada e também porque ela achou que ninguém ia acreditar nela”, disse Tamara. 

Polícia não pode investigar o caso porque não existe denúncia

O caso não foi denunciado à polícia e, por isso, não existe uma investigação em andamento. De acordo com o delegado Francisco Sampaio, da Polícia Civil, é preciso que as vítimas denunciem o suspeito para que a polícia possa fazer sua parte. “Começa aí o problema, veja, se eu sou um pai, uma mãe, que meus filhos estão sendo aliciados por meio da rede mundial, o que eu devo fazer é mais que depressa procurar alguém que possa me ajudar. Quem que pode ajudar? As autoridades. Essa mãe, esse pai, precisam trazer essa menor ou esses menores, para que a gente possa reduzir a termo a situação e dar o devido encaminhamento”, declarou o delegado. 

Assista à reportagem:

A RIC Record TV contou todos os detalhes sobre o falso anúncio de emprego no Facebook