O programa RIC Mais Notícias recebeu na manhã desta segunda-feira (16) o deputado estadual Ricardo Arruda (PSL) e Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato, para debater sobre o projeto ‘Escola sem Partido‘. A proposta deve ser votada ainda hoje na Assembléia Legislativa do Paraná (Alep).
Projeto Escola sem Partido
Ricardo Arruda afirmou que o objetivo da escola é ensinar a matéria do currículo escolar, sem mexer com ideologia de gênero. “O projeto quer colocar um cartaz em sala de aula, dizendo o que o professor pode ou não fazer. E nós não podemos nos deixar levar por conversas da turma de esquerda querendo dizer que queremos calar o professor. Nenhum pai ou mãe coloca um filho na escola para ser induzido a uma ideologia, tanto de gênero, como partidária ou religiosa.”
Em contrapartida, Hermes Leão justificou que o projeto está realizando uma propaganda violenta contra os professores e estremecendo a relação de confiança entre docente e aluno. “Nós temos uma leitura que esse projeto tem como foco estabelecer uma desconfiança onde nós deveríamos ter uma relação de confiança. Tanto do professor com os estudantes, como os estudantes com o professor. Porque você não consegue conceber que um processo de aprendizado pleno onde existe uma desconfiança. Ele [projeto] faz uma propaganda muito violenta contra os professores brasileiros.”
Cartaz em sala de aula
Quando indagado sobre a eficácia do cartaz com orientações dentro de sala de aula, o deputado foi enfático em dizer que o projeto se fez necessário depois da era PT. “Veja, tendo uma lei, o aluno vai saber do direito que ele tem. Ele pode fazer uma queixa, falar com o pai e com a mãe…é importante.”
“É só ver a bagunça que se tornou as universidades. É o vale tudo: é festa, maconha, é droga, tem que ficar pelado. Não tinha isso antes da era PT. E outra, ninguém desconfia de ninguém, toda profissão tem regras. Por que o professor não tem que ter regras? Esse projeto aqui está 100% dentro da Constituição Federal”, diz Arruda.
Para o professor Hermes Leão, o que incomoda a categoria não é o cartaz e sim o discurso de ódio que é embasado por trás do projeto. Em seguida, ele citou órgãos públicos, como o Ministério Público Federal e Supremo Tribunal, que concederam uma liminar sobre um projeto parecido que foi aprovado no Alagoas.
“Nós lamentamos que esse debate esteja servindo para produzir um olhar agressivo, um olhar de violência, sobre o fazer dos professores como se fossem os inimigos do Brasil. Porque na hora que um professor é agredido ou quando vemos matanças nos Estados Unidos, que é de onde o projeto se origina, nós vemos o ódio ser estimulado. Não é pelo cartaz em si, e sim pelo contexto nocivo e ilegal”
Assista o debate completo abaixo!