A enfermeira Rosana ainda se emociona ao lembrar do primeiro encontro que teve com o pequeno Nicolas, que recebeu tratamento do lábio leporino. O menino tinha 17 dias de vida e menos de dois quilos. Nicolas nasceu com a Síndrome de Nager e não conseguia mamar por causa de malformação congênita na face.
Estava num hospital particular em Curitiba sem qualquer diagnóstico, até ser levado ao Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Labio-Palatal no Hospital do Trabalhador (Caif/HT), também na capital.
Tratamento lábio leporino
“Finalmente, Nicolas foi bem tratado no lugar certo”, conta o pai Maiko Niwmar Risse, de 34 anos. Além da malformação na face, a síndrome é caracterizada pela ausência do dedo polegar nas duas mãos, o que já acontece com a mãe de Nicolas, Carine Maria Kasper Risse, também de 34 anos. Mas ela nunca foi diagnosticada. Agora, mãe e filho vão fazer exames genéticos no próprio Caif.
Cerca de 2 mil pacientes são atendidos no Caif por mês, exclusivamente pelo SUS, e realizados no Centro Cirúrgico Eletivo do Hospital do Trabalhador cerca de 100 cirurgias/mês, incluindo algumas de alta complexidade.
O Caif e o Hospital do Trabalhador são instituições que integram a rede de unidades próprias da Secretaria da Saúde do Paraná. O Centro é referência no País para o tratamento de deformidades da face. “O Caif possui profissionais qualificados e equipamentos de alta tecnologia, uma unidade de excelência, uma das poucas do Brasil a prestar este tipo de atendimento de forma integral”, afirma o diretor-geral Geci Labres de Souza Junior.
Os resultados obtidos no Caif são equivalente ao conhecido Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, em Bauru. Conhecido como Centrinho, o hospital paulista foi o primeiro do país, criado há 50 anos. Era para lá que os pacientes paranaenses tinham que se deslocar para obter atendimento até 1992, quando foi criado o serviço no Hospital do Trabalhador.