Após “renascer”, Daniel Chaves acredita que um brasileiro pode vencer a São Silvestre
Daniel Chaves renasceu em 2018. Após perder patrocínios e frustrado com os rumos de sua carreira, o corredor decidiu abandonar o esporte, entrou em depressão e por pouco não se suicidou. A volta por cima veio em 2019. De volta às maratonas, o brasileiro foi 15º lugar em Londres e garantiu índice para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Passado o momento difícil, Daniel Chaves atribui sua retomada na vida ao esporte, especialmente à corrida. “Todo mundo passar por situações difíceis. Eu me deixei levar, cai naquele momento. Foi uma situação bem complicada para mim, não sabia como lidar, mas o esporte me resgatou”, disse.
“A mensagem que eu passo para as pessoas é que o esporte traz vida, eu devo muito ao esporte na minha vida, esse renascimento. A lição que eu aprendi é não deixar o esporte novamente”, acrescentou.
A Corrida Internacional de São Silvestre, inclusive, tem participação fundamental na trajetória de Daniel Chaves. Foi vendo uma das cinco vitórias do queniano Paul Tergat, competidor com mais triunfos nas ruas paulistanas, que o garoto de 12 anos, à época, decidiu que tentaria ser corredor.
“Eu comecei a correr por conta da São Silvestre. Quando vi o Paul Tergat ganhando a prova, me acendeu aquela faísca. Eu pensei: ‘É isso que eu quero fazer’. Minha vida esportiva está muito relacionada à São Silvestre, é nossa maior prova. É o xodó do Brasil. Eu costumo dizer que você pode ganhar uma medalha olímpica, mas se você não ganhar a São Silvestre não é reconhecido”, afirmou.
Para realizar o sonho de vencer a corrida de rua mais tradicional do país, Daniel Chaves terá que quebrar a hegemonia dos africanos. Desde 2010, quando Marilson Gomes dos Santos levou o tricampeonato, um brasileiro não conquista o primeiro lugar, algo que não abala a confiança do atleta.
“A prova está aberta para todo mundo. Nós temos grandes nomes da África, mas falando de corrida de São Silvestre tudo pode acontecer. Eu sou um eterno torcedor da minha nação, do país, torço pelos atletas brasileiros. Acredito muito no nosso potencial. Pode ter uma bandeira brasileira no alto pódio, mas se não for esse ano acredito que nos próximos acontecerá”, finalizou.
*Especial para a Gazeta Esportiva