Fator Avancini” faz interesse dos brasileiros em ciclismo expandir e aquece o mercado

Publicado em 3 ago 2021, às 18h17. Atualizado às 18h31.

Em todas as edições do maior evento multiesportivo do mundo há uma expectativa de em qual modalidade o Brasil pode surpreender. E tem resultados que são comemorados como títulos, mesmo sem uma medalha no peito e hino nacional cantado no alto do pódio. Foi essa a sensação que a 13ª colocação do ciclista Henrique Avancini na prova de mountain bike XCO, na segunda-feira (26), gerou aos brasileiros e praticantes do esporte: um sentimento de triunfo e orgulho. E isso tem explicação.

O resultado do atleta no Japão, que chegou a liderar o início da prova, não foi um jogo de sorte. Foi uma construção árdua e cheia de altos e baixos na última década. Do fundo do pelotão ao primeiro lugar do ranking em 2020, Avancini conquistou não apenas pódios e medalhas nos principais campeonatos de ciclismo do mundo, mas também ajudou a alavancar o esporte no Brasil e fortalecer uma cena que só cresce e que ganhou ainda mais adeptos do ano passado para cá. E nessa jornada, ele revolucionou o esporte por aqui. Em cinco pedaladas, confira as principais delas.

1 – Crescimento nas vendas de bicicletas de Mountain Bike

Em 2020, o Brasil registrou aumento de 50% nas vendas de bikes em comparação ao ano anterior, segundo a Aliança Bike. E quem puxou – e muito – esse número foi a categoria de mountain bike (MTB). De acordo com a Semexe, principal marketplace de ciclismo no País, no primeiro semestre de 2021, houve aumento de 255% da venda de bikes de MTB em relação ao mesmo período do ano anterior. Os preços do equipamento, aliás, podem variar de R$500,00 até mais de R$100 mil e são bastante versáteis para momentos de lazer e mobilidade.

2 – Investimentos de grandes marcas

Em 24 de maio, o Santander fez um grande anúncio de incentivo ao ciclismo e soluções financeiras aos praticantes. O garoto-propaganda: Henrique Avancini. Com vários patrocinadores, como Red Bull, Cannondale, Land Rover e Oakley, o atleta consegue extrapolar barreiras do esporte e conversar com vários públicos diferentes, bastante alinhados aos pilares do esporte. Vale destacar que com esses investimentos, o atleta movimenta uma equipe com profissionais de diversas áreas, criou a equipe ‘Caloi/ Henrique Avancini Team’ para fomentar o desenvolvimento de jovens potenciais e foi um dos grandes incentivadores para trazer uma etapa da Copa do Mundo de MTB XCO ao Brasil, em 2022.

Avancini
Henrique Avancini
3- Fidelização do público

Gratuita, em português e qualquer lugar do mundo. Atualmente, é possível acompanhar provas de mountain bike apenas com um smartphone e acesso à internet. Em 2018, a Copa do Mundo de MTB XCO teve a primeira transmissão em português pela Red Bull TV. De lá para cá, o idioma ganhou lugar cativo sob o comando de Luciano ‘Kdra’ Lancelotti, referência na modalidade. E esse período marca a primeira vitória do brasileiro, assim como os pódios iniciais da sua carreira em grandes competições. Isso gerou mais procura do público e, onde há demanda, ampliasse a oferta. O Bandsports também fomenta competições nacionais, como MTB Festival. Aliás, segundo a UCI, mais de 100 milhões de pessoas veem as provas da Copa do Mundo ao redor do planeta.

4- Amadurecimento do mercado de compra e venda de bikes

Por ser um segmento bastante técnico, iniciativas que consigam entender e atender as necessidades de ciclistas, desde iniciantes até os profissionais, têm ganhado espaço no Brasil. Por exemplo, a startup ‘Semexe’, especializada na venda de bikes usadas e novas pela internet, além de acessórios, teve o melhor desempenho da sua história no último ano. Além disso, ainda criou um Guia de Preço(GPS), a “Tabela Fipe” das bicicletas.

5- Mobilização em prol de projetos sociais

Bastante atento às questões sociais, Avancini apoia projetos de alto impacto benevolente por meio de leilões, cuja arrecadação é 100% destinada às instituições escolhidas. Em três edições, ele já reverteu mais de R$100 mil por meio de itens personalizados oferecidos na Semexe. Aliás, a sapatilha da primeira vitória dele em Copas do Mundo foi leiloada. Além desse projeto proprietário, ele também participa de ações de outros ícones do esporte, como o criado pelo ex-campeão da NBA Leandro Barbosa.