Da esperança à vergonha: o ano do Coritiba
Sofrer faz parte da alma guerreira, mas nenhum coxa-branca jamais viu tamanha crise no Alto da Glória. Todos sabemos que a má administração vem castigando o Coritiba há anos, e a vinda da SAF era vista como a luz no fim do túnel.
O torcedor alviverde sabia que o resultado do trabalho da Treecorp era a longo prazo, mas não esperava que no ano de maior investimento da história, o clube iria quebrar todos os recordes negativos e passar vergonha.
No Paranaense, caiu nas quartas de final. Na Copa do Brasil, foi eliminado na terceira rodada. E no Brasileirão, não saiu da zona de rebaixamento a competição inteira, e a derrota para o Cuiabá concretizou seu sétimo rebaixamento. Perder faz parte do futebol, claro. Mas ser goleado e levar olé em casa, como aconteceu nessa Série A, é um tapa na cara do torcedor que sempre fez sua parte no Couto Pereira.
O desempenho do time em 2023 é reflexo das contratações erradas e da alta rotatividade de jogadores no elenco. Não podemos esquecer a janela, que era tão aguardada, e os reforços que chegaram pouco contribuíram até agora, exceto Slimani. É um amontoado de jogadores em campo, raça o grupo até tem mas no futebol só a raça não basta, é preciso qualidade. Trabalho no futebol há mais de 20 anos e nunca vi um time tão derrotado como esse.
Não adianta o torcedor fazer contas e esperar um milagre porque não vai acontecer. Pode largar a calculadora e começar a planejar o ano que vem com competência e antecedência. O problema é que toda vez que o Coritiba cai não serve como lição, o clube não aprende. Só que agora tem retorno em jogo, é um investimento, e talvez o rebaixamento mexendo no bolso de quem comprou o papo seja outro, como vimos no Cruzeiro de Ronaldo e cia.
O torcedor coxa branca vai terminar o ano machucado, envergonhado e desconfiado do que vem pela frente em 2024. Enquanto isso é rezar para que o time consiga terminar a competição de forma menos vexatória, se é que isso é possível. Hoje na Jovem Pan News o ouvinte atleticano Flavio ironicamente escreveu: “Nem na Bíblia tem um povo mais sofrido que a torcida coxa” e vou ter que concordar que é a mais pura verdade.