Alef Manga deixa o Coritiba; confira fatos e números do atacante

Alef Manga foi dispensado pelo Coritiba nesta quarta-feira (13)

Publicado em 13 nov 2024, às 16h17. Atualizado às 18h37.

Alef Manga não é mais jogador do Coritiba. O atacante de 29 anos foi dispensado pelo clube na tarde desta quarta-feira (13) ao lado de outros quatro atletas e, portanto, está livre no mercado. A saída repentina põe fim a um capítulo marcado por momentos de idolatria, uma mancha na carreira e identificação com o clube.

Alef Manga é dispensado pelo Coritiba
Alef Manga ficou mais de um ano afastado por conta de um esquema de manipulação de resultados (Foto: Guilherme Griebler/Coritiba)

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Além de Alef Manga, deixaram o Coritiba o zagueiro Maurício Antônio, o meia Yago Ferreira, o meia-atacante Figueiredo e o atacante Robson. Outros atletas serão dispensados nos próximos dias. O Coxa, já sem chances de acesso, finaliza a Série B em jogos contra a Chapecoense (fora de casa) e o Botafogo-SP (em casa).

Início com título e carinho da torcida

Alef Manga chegou ao Coritiba em 2022 após boa passagem por Volta Redonda-RJ e Goiás no ano anterior. Em seus primeiros meses, foi campeão paranaense com o clube, que não vencia o torneio desde 2017. Os gols decisivos, especialmente nas semifinais contra o Athletico, ajudaram Manga a desenvolver uma relação de carinho com a torcida.

Alef Manga foi decisivo para o Coritiba em 2022, mas enfrentou polêmica que mudou carreira. Foto: Felipe Dalke/Coritiba/Arquivo
Alef Manga foi decisivo para o Coritiba em 2022, mas enfrentou polêmica que mudou carreira. Foto: Felipe Dalke/Coritiba/Arquivo

No Campeonato Brasileiro, o roteiro se repetiu. Lutando para permanecer na primeira divisão desde o início, o Coritiba, de Alef Manga, contou muito com os gols do atacante. Peça imprescindível do esquema tático dos técnicos Gustavo Morínigo e Guto Ferreira, marcou nove gols em 35 jogos naquele Brasileirão. O gol da permanência, inclusive, foi sob os pés dele: vitória sobre o Flamengo em novembro.

Manipulação, afastamento e empréstimo: história de Alef Manga sofre virada no Coritiba

A passagem (e carreira) de Alef Manga, porém, sofreu uma reviravolta em 3 de setembro de 2022. Intencionalmente, o jogador levou um cartão amarelo na derrota do Coritiba para o América-MG pelo Brasileirão daquele ano. A advertência, que passou despercebida naquele momento, veio à tona meses depois, onde ficou comprovado que Manga participou de um esquema de manipulação de resultados.

Investigado pela Operação Penalidade Máxima, que apurou e descobriu esquemas de manipulação em muitos cantos do Brasil entre 2022 e 2023, Manga viu a popularidade despencar. O Coritiba, ainda sim, insistia em tomar uma medida dura quanto ao atleta, especialmente por sua importância no clube. Mas, pressionado, o emprestou ao Pafos, do Chipre, por um ano.

Entretanto, após chegar na Europa, Alef Manga jogou muito pouco pois tomou ciência de que a punição era global. O clube cipriota, então, rescindiu seu contrato de empréstimo e o liberou para voltar ao Brasil. Afastado do Coritiba e suspenso das atividades com o futebol por um ano, Manga sequer tinha autorização para frequentar as dependências do clube.

Lobby da torcida, queda de braço interna, reestreia, gol e saída repentina: o fim da história de Alef Manga

Respaldado por advogados e ciente do interesse de parte da torcida do Coritiba em tê-lo novamente no clube, Alef Manga passou a ensaiar um retorno. Porém, declarações nas redes sociais e acusações de que o clube não fazia esforço para reintegrá-lo, geraram rebuliço da torcida e na diretoria.

Paulo Autuori, Willian Thomas e Carlos Amodeo, homens fortes do futebol do Coritiba à época, divergiam quanto ao retorno. Um vídeo postado por Autuori nas redes sociais, em que se manifestava contrário ao retorno de Manga e citava “ética”, gerou revolta da torcida. A questão ficou desgastada e ele, tal como Amodeo, deixaram o clube pouco após o episódio.

Com Willian Thomas e o Coritiba mal em campo, e já sem os “pesos contrários”, Manga voltou a ensaiar um retorno. Foram muitas as tentativas e julgamentos para que pudesse voltar, todos negados. Estas, inclusive, o motivaram a romper com o advogado Jeffrey Chiquini, que o defendia desde o início do caso. Entretanto, ele voltou a ser integrado ao elenco, em decisão que teve o respaldo do técnico Jorginho.

O retorno, tão esperado, ocorreu em 13/10, um domingo. Manga entrou em campo e, em pouco tempo, marcou o terceiro gol da vitória do Coritiba sobre o Amazonas por 3 x 1. Emocionado, parecia, ali, reescrever uma nova história. Mas, em vão. Ela se encaminhou para o brusco fim com atuações ruins nas outras poucas três chances que teve para jogar. No total, fez 30 gols em 83 jogos. Fim de ato e novela.