O Brasil é a maior potência do mundo na modalidade street do skate. As primeiras colocadas no ranking mundial são brasileiras e não é só Leticia Bufoni, Pamela Rosa e Rayssa Leal que fazem sucesso. Aos 13 anos, a carioca Virginia Fortes Águas tem obtido bons resultados e vai em busca do título brasileiro no domingo, quando termina a disputa no Centro de Esportes Radicais, no Bom Retiro.
Ela está em segundo lugar no ranking e vai para a terceira e última etapa do calendário do circuito Oi STU Qualifying Series para tentar superar a amiga Rayssa e ser campeã nacional. “Acho muito legal poder participar desse STU e ter a chance de ser campeã brasileira. É muito novo para todo mundo isso, mas tenho certa experiência e estou com uma expectativa boa para esse campeonato. Espero que dê tudo certo”, diz.
A garota lembra que um campeonato nacional forte no Brasil ajuda na preparação para outros torneios internacionais, pois são as mesmas regras e isso contribui bastante para o seu treinamento. “Aqui eu disputo com as melhores do mundo, como a Pamela, Leticia, Rayssa, e é bom para ter alto nível de competição”, comenta.
Virginia começou a andar de skate aos 4 anos, em um bowl perto de sua casa. “Nunca pensei que iria parar no street. Meu pai surfa, então cresci nesse ambiente. Tem uma escola de skate perto de casa, meu pai é amigo do dono, fui lá para ver e gostei. Comecei a fazer aula e desde então comecei a andar”, conta.
Foi então que seu professor na escolinha disse que ela tinha talento e a partir daí Virginia levou o projeto adiante. “Nunca pensei que iria dar certo. Andava inicialmente no bowl, mas mudei para o street porque tinha mais campeonatos. Comecei a competir nos Jogos Cariocas de Verão, em 2015, em Madureira. Fiquei no pódio e foi um momento feliz”, diz.
A skatista vive em Niterói e sua família tem uma relação muito forte com o mar. Eles vão muito à praia e Virginia tem uma irmã mais velha, Rafaela, de 15 anos, e uma mais nova Aurora, de 2 anos. “Adoro surfar, gosto de jogar bola e estar com os amigos na escola. Estou conseguindo conciliar o skate com os estudos, pois tenho patrocínio da minha escola e tenho aula particular também. A escola ajuda bastante.”
No ranking nacional do Street, Virginia tem 16.000 pontos e está atrás apenas da líder Rayssa Leal, que tem 20.000 pontos. Por ser a última etapa, ela vale 20% a mais na pontuação final. A atleta sabe que precisa superar a amiga para conquistar o título brasileiro. Para ela, será um desafio, até pelo alto nível na disputa. “Essa pista é bem difícil, tem muito corrimão, mas estou confiante.”
Além do título brasileiro, Virginia está focada também em conquistar a vaga olímpica. O Brasil pode ter no máximo três atletas mulheres do street em Tóquio-2020 e ela sabe que é complicado, até pelo enorme talento de suas adversárias, que estão entre as mais bem colocadas do mundo. “Agora começou a segunda janela, zerou tudo e todas as meninas têm chance”, diz.
Virginia sabe que terá de batalhar bastante, mas lembra também que tem uma longa carreira pela frente. “São sete campeonatos, mas contam só os cinco melhores nessa segunda janela. Estou treinando muito para me dar bem nesses eventos e pegar pódio. São muitas atletas do Brasil, é a primeira vez na Olimpíada, todas as meninas querem muito, mas teremos outras edições”, afirma.