Depois de um tempo normal morno, no estádio Itaquerão, em São Paulo, com muito suor a Argentina conseguiu se classificar para as quartas de final da Copa do Mundo. O gol salvador partiu dos pés de Di María, aos 12 minutos da segunda etapa da prorrogação, que recebeu passe decisivo de Messi. Após eliminar a Suíça, agora a Argentina espera o vencedor do jogo entre a Bélgica e os Estados Unidos para conhecer seu adversário na próxima etapa. O último duelo pelas oitavas de final acontece ainda nesta terça-feira, às 17h, em Salvador.

O confronto contou com mais um emocionante fim de jogo nesta Copa. A poucos segundos do apito final, a Suíça acertou uma bola no pé da trave e teve uma grande chance em cobrança de falta. Somente depois da pressão final que a torcida argentina pôde enfim comemorar aliviada a vaga na próxima fase do Mundial.

Como aconteceu na primeira fase, a Argentina voltou a fazer uma partida burocrática, dependendo mais uma vez das jogadas inspiradas do seu craque. Messi praticamente jogou sozinho nesta terça, com Higuaín e Lavezzi apagados e Di María em uma tarde sofrível. Em um raro momento de felicidade nesta terça, o jogador do Real Madrid balançou as redes e ofuscou os erros cometidos no tempo normal.

Para buscar a classificação, a Argentina contou também com as limitações do ataque suíço. Os europeus criaram ao menos três grandes chances para balançar as redes, mas pecaram nas finalizações. Sem sucesso no ataque, a Suíça se defendeu muito bem, pelo menos até os minutos finais da prorrogação.

O jogo

Como os demais confrontos das oitavas de final, a partida entre Argentina e Suíça começou lenta, amarrada, com os dois times se estudando. O duelo dentro de campo era ofuscado pela batalha nas arquibancadas entre argentinos e brasileiros, apoiando sem disfarçar a equipe suíça. As já conhecidas músicas da torcida do time de Messi eram contra-atacadas pelo coro de “pentacampeão” dos anfitriões.

Os fãs de ambos os times só tiveram motivo para vibrar com o que acontecia dentro de campo a partir dos 25 minutos. Foi quando a Suíça começou a levar perigo ao gol de Romero, fazendo valer a sua estratégia de apostar todas as suas fichas no meia-atacante Shaqiri. Em uma rápida investida pela linha de fundo, na direita, ele deu lindo drible em Garay e cruzou para finalização de Xhaka. Romero fez grande defesa, mas cedeu rebote. E Lichtsteiner encheu o pé para nova defesa do goleiro argentino.

A resposta da Argentina foi rápida. Aos 28 minutos, Lavezzi pegou sobra dentro da pequena área e bateu fraco. Benaglio defendeu com tranquilidade. Aos poucos, o time argentino ia acertando seu setor ofensivo e Messi já ensaiava boas tabelas com Di María. Maior esperança do time argentino, o camisa 10 sofria com a forte marcação. Djorou era o principal homem suíço na defesa, praticamente impecável no primeiro tempo.

Enquanto a defesa se destacava, o ataque ficava devendo, com exceção de Shaqiri. Na melhor chance da etapa inicial, Drmic foi lançado pela esquerda, em rápido contra-ataque suíço, aos 38 minutos. Mas, cara a cara com Romero, bateu muito fraco na tentativa de encobrir o goleiro, que mal fez esforço para evitar o gol.

O jogo seguiu aberto no segundo tempo, com chances para os dois lados. Mas foi a Suíça quem ameaçou primeiro, em cobrança de falta de Shaqiri. Daí em diante só deu Argentina. Com Messi centralizado, Di María pela esquerda e Higuaín e Lavezzi mais avançados, o time tocava a bola na borda da área suíça, à espera do melhor momento para o bote.

Rojo, aos 13, enfiou o pé da esquerda e deu trabalho para Benaglio, que três minutos depois defendeu forte cabeçada de Higuaín. Aos 21, foi a vez de Messi bater forte de fora da área. A bola raspou o travessão. Insatisfeito, o técnico Alejandro Sabella trocou Lavezzi por Palacio, que teve boa chance de abrir o placar assim que entrou em campo, aos 30.

Mas era Messi quem seguia protagonizando as principais chances argentinas. Aos 33 minutos, o atacante criou a sua melhor oportunidade ao deixar dois marcadores para trás e bater firme entre os zagueiros. A bola passou entre as pernas de dois rivais antes de Benaglio cair no canto para evitar o gol.

O bom desempenho dos dois goleiros levaram a partida para a prorrogação, na qual as duas equipes repetiram seus erros. Os suíços, com suas dificuldades no ataque – Shaqiri com frequência atacava sozinho. E os argentinos, com seu time fragmentado pelas distâncias entre defesa e ataque, algo tão criticado por Alejandro Sabella em suas entrevistas.

A seleção sul-americana seguia apostando em Messi, mas no tempo extra até ele já estava esgotado. Afora uma finalização perigosa de Di María, pela direita, o tempo extra não contou com maiores emoções no primeiro tempo.

O roteiro se repetia na segunda etapa até que Messi, em mais um daqueles lances inspirados, invadiu a intermediária pelo meio, se aproximou da área e só rolou para Di María bater rasteiro da direita. A bola atravessou a área e morreu no canto direito de Benaglio.

A torcida argentina presente no Itaquerão vibrou nas arquibancadas, mas só comemorou aliviada depois que a Suíça acertou a trave, com Dzemaili, aos 15 minutos, e carimbou a barreira, em cobrança de falta de Shaqiri, aos 16. Até o goleiro Benaglio jogou na área argentina nos instantes finais, mas não pôde evitar a derrota e a eliminação da Suíça na Copa.

Ficha técnica

Árbitro: Jonas Eriksson (Fifa/Suécia).

Argentina: Romero; Zabaleta, Garay, Fernández e Rojo (Basanta); Mascherano, Gago (Biglia), Di María; Lavezzi (Palacio), Messi e Higuaín. Técnico: Alejandro Sabella.

Suíça: Benaglio; Lichtsteiner, Djourou, Schar e Rodriguez; Inler, Behrami e Xhaka (Gelson Fernandes); Shaqiri, Mehmedi (Dzemaili); Drmic (Seferovic). Técnico: Ottmar Hitzfeld.

Gol: Di María, aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação.

Cartões amarelos: Rojo, Garay e Di María (Argentina); Xhaka e Gelson Fernandes (Suíça).

Público: 63.255 presentes.         Renda: Não disponível.