Bolinha, o ícone: histórias, causos e títulos pelo Athletico

Massagista trabalhou no Athletico por 30 anos e, aposentado, conta histórias do período em que esteve no clube

Publicado em 20 nov 2024, às 15h38. Atualizado às 15h59.

Ícone, símbolo e peça viva da história do Athletico. Essas são algumas classificações possíveis à Edmilson Aparecido Pinto, o popular Bolinha, eterno massagista do Furacão. Aos 65 anos, ele recentemente anunciou a sua aposentadoria futebol após se dedicar por trinta anos ao rubro-negro paranaense. Em entrevista especial concedida ao Bate-Pronto desta quarta-feira (20), o agora ex-profissional contou causos e histórias de seu período no Athletico. Atualmente, ele reside em Varginha-MG.

Bolinha concede entrevista e fala sobre o Athletico
Bolinha trabalhou por 30 anos no Athletico e se aposentou recentemente. Foto: José Tramontin/ Athletico

Em quase meia hora de conversa, Bolinha contou sobre o seu início no clube. Sua estreia, aliás, segue presente na memória: triunfo por 2 x 1 sobre o Foz do Iguaçu em 22/01/1994. Depois, embalou títulos, tais como: campeão paranaense em inúmeras oportunidades (1998, 2000, 2001, 2002, 2005, 2009, 2016, 2018, 2019, 2020, 2023 e 2024), campeão brasileiro da Série B (1995), campeão brasileiro da Série A (2001), bicampeão da Sul-Americana (2018 e 2021) e campeão da Copa do Brasil (2019).

Bolinha escolhe título mais marcante conquistado pelo Athletico

Em menos de dez anos, o Athletico conquistou as importantes taças da Copa Sul-Americana (bicampeonato em 2018 e 2021) e Copa do Brasil (2019). Os troféus se unem, em termos de importância, à tantos outros na história do Furacão. Todavia, quando questionado sobre qual taça conquistada foi a mais importante, Bolinha deu uma resposta surpreendente.

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“Para mim, foi o de 1995 (campeão da Série B). Estávamos muito abaixo dos degraus no futebol brasileiro e conseguimos subir. Depois, lembro da Seletiva da Libertadores de 1999, aquela loucura. A gente tinha caído pro Botafogo-SP e fomos pra essa competição. Fomos campeões e colocamos o time na Libertadores. E, por fim, foi o título do Brasileirão de 2001. Me lembro que todo mundo ficou trancado no CT durante a semana, mas muito a vontade. Esses são os mais marcantes, pelo início de tudo”

Bolinha e o clássico Atletiba: provocações, tapa e bizarrice com chinelo

Bolinha participou, com o Athletico, de inúmeros clássicos contra o arquirrival Coritiba. Fez decisões de Paranaense, partidas históricas pelo Brasileirão, e em todo esse tempo, acirrou a já existente rivalidade com a equipe alviverde. Questionado sobre as principais lembranças dos 30 anos de envolvimento da rivalidade com o Coxa, o eterno massagista do Furacão contou sobre um caso bizarro ocorrido nos anos 90, logo que chegou ao clube.

“Eu lembro do primeiro clássico, que foi no Couto Pereira. Fomos muito hostilizados, até por conta da rivalidade que era muito forte. No banco de reservas, teve um torcedor do Coritiba que me jogou um chinelo e ele me pediu de volta. Eu não dei. Depois do jogo, peguei uma tesoura, cortei e devolvi pra ele”, conta, aos risos.

E o que dizer então da polêmica com balas de maçã? Aconteceu. Um ato simples do massagista no Couto Pereira virou motivo de confusão com a torcida do Coritiba. Sobrou até para o presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia.

“Teve um Atletiba em que subi as escadas que dão acesso ao gramado e joguei umas balinhas de maça dentro do gol. Quando me viram, fui muito xingado. Na volta, quando voltei às escadas para descer, dei um tapa no toldo e não vi que bati em cima do escudo do Coritiba… recebi muitas cartas, com reclamações. O presidente Mário Celso Petraglia também recebeu. Foi uma semana complicada”, recorda.

“Foi se criando uma amizade”; Bolinha cita carinho pela torcida do Athletico

A fama que ganhou, ora pelo trabalho ou superstições, embalou a torcida do Athletico na relação com Bolinha. O massagista, mesmo que não tenha sido atleta, era cobiçado para fotos e abraços com torcedores do Furacão. O carinho era grande e segue até hoje, mesmo com a aposentadoria já decretada. Questionado sobre como a relação foi construída, ele respondeu:

“Sempre dei atenção e respeito quando respeitado. Tenho um carinho imenso também pela Fanáticos, a maior torcida nossa. Foi se criando um laço de amizade. Adquiri isso com a maior alegria. É uma tristeza deixar isso, mas preciso viver o outro lado. A torcida sempre me abraçou, nunca tive a intenção de deixar de dar atenção. O que eu fazia fora da Arena fazia dentro, com todos os torcedores”.

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