Apesar de fazer um primeiro tempo sonolento, a Seleção Brasileira não teve dificuldade para golear o Panamá por 4 a 0, no primeiro amistoso em preparação para a Copa. No jogo teste, nesta terça-feira, no estádio Serra Dourada, em Goiânia, Neymar, Hulk, Daniel Alves e Willian fizeram os gols que empolgaram a torcida.
Maior aposta da seleção e da torcida para o Mundial, Neymar mostrou ótimo futebol. Apesar de ter caído na provocação rival e levado cartão amarelo, participou de três jogadas dos quatro gols marcados. Fez um golaço de falta, deu assistência de calcanhar para Hulk e criou o lance que propiciou o gol de Willian. Ainda deu um passe para Jô e outro para Fred marcarem, mas os centroavantes desperdiçaram.
A seleção brasileira volta para Teresópolis ainda na noite desta terça-feira, e treina lá na quarta e na quinta, para em seguida, viajar para São Paulo. Na sexta-feira, às 16h, enfrenta a Sérvia no Morumbi no último amistoso de preparação para o Mundial. A estreia na Copa é dia 12, uma quinta-feira, diante da Croácia, no Itaquerão.
O jogo
O Brasil começou a partida aparentando nervosismo. Em sete minutos, tudo deu errado. Toda a vez que a equipe passou do meio de campo, algum homem de frente se atrapalhou e perdeu a bola de forma até infantil. Na zaga, os brasileiros batiam. David Luiz logo fez duas faltas, uma delas desleal, no meio, e recebeu o amarelo. Neymar e Dante também não aliviaram para os adversários, esquentando o jogo.
Foi numa falta sofrida por Marcelo, aos 7 minutos, a primeira jogada ofensiva do Brasil. O lateral levantou na área, o goleiro saiu mal, mas o lance deu em nada. Só 10 minutos depois a seleção arriscou de novo. Neymar tentou driblar meio time adversário para entrar na área, mas foi desarmado.
O jogo seguia sem chutes a gol até que, aos 25, Neymar abriu espaço na entrada da área e foi derrubado por trás. Ele mesmo cobrou, com perfeição, no ângulo, tirando da barreira e do goleiro, para abrir o placar. Foi o terceiro dele de falta com a camisa da seleção.
O gol pareceu ter feito o Brasil lembrar que tem que se impor contra o Panamá, enquanto o rival sofreu efeito contrário. A partir daí a seleção dominou o jogo, ainda que tenha chegado pouco ao ataque. Aos 39 minutos, ninguém apertou, Daniel Alves arriscou da entrada área, o goleiro McFarlane falhou e o Brasil fez 2 a 0.
Antes do intervalo, mais uma mostra do que não se fazer durante a Copa. Neymar entrou de sola numa bola, ouviu bronca do rival, e depois levou uma falta por trás no meio-campo. Pouco depois, bateu uma falta propositadamente em cima de um rival do Panamá, que não lhe dava espaço. Entrando na provocação, acabou jogando uma bola em cima de Cooper, já no fim do primeiro tempo, e recebeu cartão amarelo.
Mas Neymar também fez o que dele se espera. Logo no primeiro lance do segundo tempo, ele recebeu na entrada da área, viu Hulk passando e tocou de calcanhar. Deixou o companheiro na boca do gol para bater de primeira e fazer o terceiro.
Até os 10 minutos, foram mais duas chances claras protagonizadas por Neymar. Numa, ele colocou na cabeça de Fred, que subiu bonito, posado, e testou muito mal. Na outra, o craque entrou na área pela esquerda, chutou forte e McFarlane pegou.
Naquele momento, o Brasil já era outro. Na postura e também na formação. Afinal, no intervalo Felipão mandou a campo Maicon, Maxwell e Hernanes, nos lugares dos laterais e de Ramires. As mudanças deram brecha para o Panamá chegar e dar o primeiro chute a gol, aos 8. Dois minutos depois, Quintero cabeceou, Julio Cesar escorregou, mas se recuperou a tempo de fazer uma defesa esquisita.
No total, o Panamá chegou três vezes na área brasileira, mas nada que assustasse. Afinal, a seleção controlava o ritmo do jogo, que naquele momento já estava ganho. Felipão fez mais três alterações, o entrosamento virou problema, mas o Brasil ampliou. Aos 27 minutos, Neymar recebeu novamente na entrada da área e enfiou para a passagem de Maxwell. O lateral-esquerdo deu um tapa para tirar do goleiro e encontrou Willian na área. O meia, que havia entrado há pouco tempo, fez o quarto.
A arbitragem do boliviano Raul Orosco impediu um placar mais elástico. Foram dois pênaltis não marcados para o Brasil. Em um em que Hulk foi derrubado na área (o árbitro deu falta porque, no chão, o atacante abraçou a bola) e outro em que um panamenho deu um soco na bola para impedir cabeceio de Maicon. Neste lance, o árbitro chegou a expulsar Gómez, mas voltou atrás para anotar um impedimento inexistente.
Apesar do placar elástico, o Brasil queria mais. Mostrando que, diferente de outros craques da Copa, está em ótima forma física, Neymar não cansou de brigar. No fim, deu linda assistência para Jô, que acabou travado pelo goleiro.
Ficha Técnica
Árbitro: Raul Orosco (Fifa/Bolívia).
Brasil: Julio Cesar; Daniel Alves (Maicon), David Luiz (Henrique), Dante e Marcelo (Maxwell); Ramires (Hernanes), Luiz Gustavo e Oscar (Willian); Neymar, Hulk e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Panamá: McFarlane (Calderón); Adolfo Machado, Roman Torres (Cummings), Baloy e Nahil Carroll (Carlos Rodríguez); Amílcar Henríquez, Gavilán Gómez, Cooper (Jairo Jiménez), Quintero (Gabriel Torres) e Luis Tejada (Roberto Nurse); Nicolás Muñoz. Técnico: Hernan Darío Gomez.
Gols: Neymar, aos 26, e Daniel Alves, aos 39 minutos do primeiro tempo; Hulk, a 1, e Willian, aos 27 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: David Luiz e Neymar (Brasil); Gavilán Gómez, Cooper e Luis Tejada (Panamá).
Renda: R$ 2.548.030,00. Público: 30.663 pagantes.