O treinador da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, ficou incomodado com o desempenho de alguns jogadores diante do México e ensaia mudanças no time para a partida contra Camarões, nesta segunda-feira (23), em Brasília. O atacante Fred deve treinar neste sábado no time reserva em Teresópolis e é um dos mais cotados para ficar de fora do time titular. A vaga ficaria com Jô, já que Felipão que não abre mão de um centroavante de área. Hulk, que ficou fora da partida contra os mexicanos, deve estar de volta no próximo jogo.

A pouca mobilidade de Fred, sem abrir espaço para os meias, é o que tem tirado o sono de Felipão. Com Jô, o ataque ficaria um pouco mais leve. O jogador do Atlético Mineiro tem por característica sair mais da área, atrair os zagueiros. Dessa forma, facilitaria o trabalho de Neymar, que tem sido encaixotado por até três marcadores.

Outro que seria beneficiado com a entrada de Jô é Hulk, que vai assumir o seu posto no time titular após o afastamento por suspeita de uma lesão muscular que não aconteceu. Hulk costuma trocar de posição com Oscar na tarefa de confundir a marcação do adversário e encostar mais no atacante de área.

A troca de Fred por Jô também não é a única providência que Felipão pretende tomar na seleção. O treinador, até então mais tranquilo e menos sargentão nos últimos dias na Granja Comary, percebeu que deveria ser mais rigoroso para não deixar os jogadores relaxarem.

Nesta sexta-feira, o técnico estava com a cara fechada. Em nenhum momento se descontraiu. Carrancudo, exigiu concentração dos jogadores nos chutes a gol – passou a maior parte do trabalho treinando as finalizações. A promessa é de mais cobranças neste sábado, no último treino antes do embarque para Brasília.

Pouco treino

Felipão também não assimilou as críticas de que a seleção brasileira tem treinado pouco e, quando vai a campo, não costuma ter privacidade na Granja Comary, mesmo sem a permissão da entrada de público. Coincidência ou não, a comissão técnica da seleção vai fechar parte do treino de reconhecimento do gramado do estádio Nacional Mané Garrincha, neste domingo.

Aberto ao acompanhamento da imprensa, o trabalho da seleção pode ser gravado do começo ao fim. Em quase 25 dias na Granja Comary, a comissão técnica nunca pediu aos cinegrafistas que desligassem as câmeras e aos fotógrafos que deixassem de registrar os treinamentos.

Quanto à suposta reduzida carga horária de trabalhos em Teresópolis, a suspeita é de que o desgaste físico dos jogadores pudesse prejudicar o desempenho nos jogos. Daí não forçar nos treinamentos. “Nosso problema não é físico. Quem disse que treino é só dentro de campo? Quem diz que é só ficar correndo atrás da bola? Tem inúmeras formas de treinar, psicológico, mental. A gente também aprende olhando e admirando os adversários”, disse David Luiz em defesa do treinador.