A presidente Dilma Rousseff tinha razão ao afirma que o Brasil irá sediar a “Copa das Copas”. Dados oficiais da Fifa apontam que, pelo menos do lado financeiro e de marketing, o Mundial 2014 que começa no dia 12 de junho, em São Paulo, baterá todos os recordes econômicos da história do futebol.
Será a Copa mais cara, a mais lucrativa, a que distribuirá maiores prêmios, a que será vista por um número inédito de pessoas, a que mais teve ingressos pedidos e a que terá em campo os craques mais caros da história do futebol. Das seleções aos clubes, dos atletas aos cartolas, todos sairão do Brasil com um volume de dinheiro inédito nos bolsos.
A renda da Fifa ultrapassará a marca de US$ 4 bilhões, mais de US$ 800 milhões acima do que a entidade obteve na África do Sul em 2010. Mas a entidade insiste que nunca gastou tanto com um evento quanto a Copa no Brasil. No total, o investimento da Fifa teria chegado perto de US$ 2 bilhões.
Para ter o direito de transmitir a Copa, redes de televisão pagaram um valor recorde para a Fifa: cerca de US$ 1,7 bilhão. A expectativa é de que a audiência seja recorde. Na final da Copa em 2010, 530 milhões de pessoas assistiram a Espanha levantar o troféu. Desta vez, os números devem bater essa marca. No Brasil, mais de 14 mil jornalistas foram credenciados para o evento, outro recorde.
Os estádios também bateram recordes, com gastos feitos no Brasil de mais de R$ 8,5 bilhões para as doze arenas, três vezes o que a CBF havia indicado para a Fifa em 2007. O valor é ainda o equivalente a tudo o que a Alemanha e a África do Sul gastaram em duas Copas do Mundo, juntas.
Outro recorde é o número de pedidos de ingressos. No total, mais de 11 milhões de pessoas enviaram seus pedidos para os 3 milhões de ingressos disponíveis. Só para a final no Maracanã, a Fifa poderia ter preenchido cinco estádios com os pedidos que recebeu.
Premiações
A Fifa garante que as seleções também ganham com a Copa do Mundo. O prêmio ao vencedor de US$ 35 milhões é o maior já pago pela entidade. Mas ele é apenas um terço do que a Fifa gasta anualmente para pagar os salários de seus funcionários e cartolas em Zurique. Outros US$ 323 milhões serão distribuídos para as outras 31 seleções.
Diante dessa realidade financeira inédita, algumas seleções já anunciaram que os prêmios que darão aos 23 jogadores baterão recordes. A França, por exemplo, indicou que cada atleta sairá do Brasil com 330 mil euros se ganhar a Copa, 10% a mais do que foi prometido na África do Sul em 2010.
Já a seleção dos Estados Unidos indicou a seus jogadores que, apenas por participar do torneio, cada um deles levará uma bolada de US$ 75 mil. Antes mesmo da bola rolar, a Fifa distribuiu US$ 48 milhões para ajudar as 32 federações nacionais a pagar pelos custos de preparação.
Até os clubes ganharão com a Copa. A Fifa reservou US$ 70 milhões para dar aos times que vão emprestar os jogadores para as seleções nacionais. O valor é duas vezes o que foi distribuído na África do Sul.
Patrocinadores
Quem também já comemora é a Adidas, uma das principais patrocinadoras do evento. A empresa prevê um aumento de sua receita em 8% em 2014, graças ao torneio no Brasil. Em valores, isso representa um incremento de US$ 1,6 bilhão.
Os seis maiores parceiros da Fifa, incluindo Adidas e Coca-cola, pagaram mais de US$ 700 milhões para a entidade para ter o direito de explorar a marca da Copa e ter seus cartazes nos estádios no Brasil, outro recorde.