O diretor da Anvisa, Alex Machado Campo, relatou na noite desta segunda-feira que o órgão brasileiro foi impedido de realizar o seu trabalho antes do clássico entre Brasil e Argentina e que, por isso, as autoridades precisaram interromper a partida com ela já em andamento, algo que não estava nos planos da entidade.
“Nós chegamos em Itaquera às 15h, uma hora antes do início do espetáculo. Começou aquele movimento de constrangimento. Os jogadores entrando em uma sala, sai em outra, fazendo o aquecimento. Uma tentativa clara de dar o fato como consumado”, disse ao SporTV.
“A Anvisa não tem competência para interromper um jogo de futebol, não era a proposta interromper o espetáculo. Quando nós chegamos em Itaquera, nós fomos impedidos de realizar o nosso trabalho, fomos constrangidos pelas autoridades esportivas que estavam ali e negaram acesso”, completou.
Alex ainda detalhou toda a ação da Anvisa e reiterou que a situação era para ter sido controlada no máximo até a noite anterior da partida, válida pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022.
“Inicialmente havia informações de que não haviam jogadores com passagens por Reino Unido, Índia, África do Sul e Irlanda do Norte. Logo que veio a informação, já acionamos a autoridade local de saúde em São Paulo, que prontamente atuou pela manhã do sábado informando que esses quatro jogadores não podiam sair do hotel. Foi realizada uma reunião às 17h do mesmo dia, agora com todas as autoridades de saúde do país, envolvendo a participação da CBF, da Conmebol e da Federação Argentina. No outro dia, nós tomamos conhecimento de que eles foram ao treino e aí a Anvisa acionou a Polícia Federal para que a ela atuasse. Essa tentativa inicial foi feita no hotel e, quando nós chegamos e descobrimos que os jogadores não estavam lá, nós fomos para Itaquera”, relatou.
“O próprio Brasil respeitou o protocolo e jogou desfalcado, mas a Argentina não podia cumprir, impedindo a Anvisa de realizar o seu trabalho. Esse assunto era para estar resolvido desde sábado à noite”, finalizou, fazendo referência aos atletas convocados por Tite, mas que não puderam se apresentar porque não foram liberados pelos clubes ingleses.
Agora, segundo o UOL, a Fifa abriu uma investigação sobre o caso e deu um prazo de até seis dias para que CBF, AFA e Conmebol enviem documentos e informações sobre a partida interrompida.