O Ministério Público do Trabalho (MPT) da 11ª região entrou com um pedido de interdição de obra “urgente e imediata” para a Arena da Amazônia, em Manaus, um dos estádios da Copa do Mundo de 2014, após a morte de dois operários em menos de 24 horas.

O operário Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos, que trabalhava nas obras da Arena morreu na madrugada de sábado (14) depois de uma queda no local da construção, segundo informaram as autoridades locais e a Fifa. Ele caiu do teto do estádio, de uma altura de 35 metros, quando um cabo se rompeu. Outro trabalhador, José Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, sofreu um enfarto no centro de convenções que está sendo erguido ao lado do estádio. Após a morte de Macleudo, as obras tinha sido paralisadas até segunda-feira (16).

O documento do MPT pede a imediata interdição de todos os setores da obra da Arena que envolvem atividades em altura, até que seja atestado o atendimento dos requisitos mínimos e das medidas de proteção para o trabalho. Caso a medida seja descumprida, será aplicada uma multa de R$ 100 mil por dia.

Seis trabalhadores já morreram em obras de estádios da Copa. Além de Macleudo e João, em março, um trabalhador caiu de uma altura de cinco metros e também morreu durante as obras do estádio em Manaus.

A primeira morte aconteceu em junho do ano passado, quando um operário de apenas 21 anos despencou de uma estrutura de 30 metros de altura durante a construção do Estádio Nacional de Brasília.

As outras duas mortes aconteceram no mês passado após a queda de um guindaste durante as obras do Itaquerão, em São Paulo.

As obras na Arena da Amazônia começaram em novembro de 2010. Sua inauguração está prevista para janeiro. O estádio receberá quatro jogos do mundial do ano que vem: Camarões x Croácia, pelo grupo A, Inglaterra x Itália, pelo grupo D, Honduras x Suíça, pelo grupo E, e Estados Unidos x Portugal, pelo grupo G.