Em evento online, Bernardinho, Fê Garay e Daniel Dias ressaltam importância da educação física
Os esportistas Daniel Dias, nadador paralímpico brasileiro recordista nacional de medalhas, e Fê Garay, jogadora da Seleção Brasileira de vôlei, além do treinador Bernardinho, participaram da abertura do Liga Nescau Summit, congresso on-line gratuito. Nele, os três deram depoimentos sobre a importância da educação física para suas carreiras no esporte.
“Tenho um carinho especial pelo meu primeiro professor, o José Wagner. Quando comecei, o grande desafio para esse educador foi me incluir nas aulas de educação física. E não foi pelo caminho fácil, que seria me chamar para ajudar ou apitar. Ele me colocou para jogar futebol. A verdade é que ninguém queria me escolher, e aí eu encarava o preconceito. Eu entrei, joguei, e ele orientava os outros meninos a tocarem a bola para mim e, com tudo isso, comecei a me desenvolver. A educação física era um momento incrível e fez uma grande diferença no momento que eu estava passando, mas a ferramenta esporte foi espetacular. Aquele educador físico, com um simples jogo de futebol fez uma grande diferença na minha vida. Uma vez, até fui tirar par ou impar e escolher o time”, lembrou Daniel Dias.
Daniel Dias durante sua participação no evento (Foto: Divulgação)
Para Fê Garay, a aula de educação física era muito aguardada, tanto que a amizade com sua professora se estendeu para além da quadra.
“Me lembro da professora Carmem, em Porto Alegre. A educação física era uma aula muito esperada. Recordo com muito carinho dela, que depois manteve contato com a minha família. Acredito que ela via potencial em mim e depois vibrou quanto eu escolhi ser uma atleta. Sei o quanto a educação física é importante e precisamos valorizar o professor, que é a alma de tudo isso”, contou a atleta.
Outro que lembra com muito carinho de seu professor é Bernardinho. O ex-treinador da Seleção Brasileira de vôlei conta como era seu relacionamento com Benedito da Silva, que foi fundamental em sua carreira.
”Meu primeiro treinador, o Bené, me ensinou tantas e tantas coisas, mas confesso que, muitas vezes, eu queria matá-lo, porque ele era muito duro comigo. Anos depois, eu já era treinador da seleção feminina e, portanto, já o compreendendo mais, tomei coragem e perguntei por que toda vez que eu brigava com meu irmão mais velho na quadra, somente eu era mandado mais cedo para o chuveiro. Ele me respondeu: ‘Se eu mandasse seu irmão embora, ele nunca mais ia voltar. Ele só estava ali pelo lazer. Já você queria tanto, que voltava todas as vezes. E tenho certeza de que se eu não tivesse te desafiado e você não tivesse resistido ao desafio, com o seu pouco talento, não teria chegado a lugar nenhum’, disse Bernardinho.