O jogo entre Honduras e Equador nesta sexta-feira (20), na Arena da Baixada, em Curitiba, era questão de “vida ou morte” para ambas as equipes. Os dois times, do Grupo E da Copa do Mundo, sonham em continuar na competição e a França, algumas horas antes da partida no Paraná, goleou a Suíça horas obrigando um dos times a ganhar para não se afastar demais da vaga nas oitavas de final. Com mais técnica e organização, o Equador conseguiu vencer Honduras de virada por 2 a 1, com dois gols de Enner Valencia, que virou artilheiro do Mundial, ao lado de Benzema, Robben, Van Persie e Müller, todos com três gols.

Com a vitória do Equador, o Grupo E ficou totalmente embolado, principalmente na briga pela segunda vaga às oitavas. Apesar de vencer seus dois jogos, o segundo em goleada por 5 a 2 sobre a Suíça, a França não garantiu sua classificação. Tanto Equador, quanto Suíça e até Honduras chegam à ultima rodada com chances de classificação para as oitavas.

O jogo

A partida já começou com o sinal de como seriam os 90 minutos. O meia hondurenho Claros fez a primeira falta em Antonio Valencia com apenas 10 segundos de jogo. Mas a emoção também estava presente. Em dois lances muito rápidos, os ataques das duas equipes levaram perigo aos adversários. Primeiro com o Equador, com jogada rápida de Caicedo, que viu Montero solto pela esquerda. O meia cruzou e o zagueiro Bernardéz afastou. Na sequência, Honduras assustou com Costly, que cruzou na área para defesa em dois tempos de Dominguez.

O confronto começava agitado, com jogadas rápidas de ambos os lados. Aos 14, uma jogada controversa na área equatoriana. O lateral Paredes subiu forte na disputa de bola com Costly. O atacante caiu e seus companheiros hondurenhos reclamaram pênalti. O árbitro australiano Benjamin Williams mandou seguir.

Aos 17 minutos, o público da Arena da Baixada, que ainda não tinha visto um gol na Copa, já que Irã e Nigéria ficaram no 0 a 0, começou a vaiar as duas equipes. Mas, de repente, no minuto seguinte, o Equador mostrou seu poderio. Enner Valencia recebeu sozinho, em falha da defesa hondurenha, e saiu na cara do gol de Valadares. Na hora de concluir, o atacante chutou por cima da trave, na chance mais clara do confronto até então. Honduras respondeu aos 26, em falha da defesa do Equador. Bernardez ficou sozinho na área para cabecear para fora, rente à trave de Dominguez, na melhor chance dos hondurenhos na primeira etapa.

Mas aos 30, Honduras aumentou a pressão e abriu o marcador em jogada rápida. Em chute forte do goleiro Valadares, Costly, que contou com a ajuda de Guagua ao afastar mal de cabeça, dominou a bola na perna esquerda na entrada da área e fuzilou no canto direito de Dominguez. O time da América Central estava próximo de bater um recorde negativo nesta Copa do Mundo. Em três Mundiais disputados, a equipe já estava a 510 minutos sem marcar um gol. O recorde, após o gol de Costly, continua pertencendo ao time da Bolívia, que ficou 518 minutos sem marcar em Copas.

Aos 33, o Equador respondeu rápido ao gol de Honduras. Em cruzamento fraco de Paredes, a defesa hondurenha não cortou e Enner Valencia completou para o gol, sem chance para Valadares. Com o empate, o jogo pegou fogo e as duas equipes continuavam se expondo na busca pela vantagem. Aos 42, Ayoví fez o levantamento em boa cobrança de escanteio e a bola cruzou toda a área de Honduras, sem ninguém completar para as redes. Ainda aos 44, Bernardez bateu bem na bola em cobrança de falta e obrigou Dominguez a fazer uma excelente defesa, salvando o Equador, que poderia ir para o vestiário com a desvantagem no placar.

Mas Honduras não desistiu e, nos acréscimos, chegou a marcar com Bengston, mas o jogador estava impedido e usou a mão na hora de concluir. Por este lance, o atacante levou cartão amarelo. E as duas equipes foram para o vestiário com o jogo empatado.

Na volta para a etapa complementar, Honduras mostrou logo que iria continuar a perseguir o gol que daria a vantagem e manteria o sonho da vaga nas oitavas vivo. Em jogada rápida, Beckeles arriscou firme de fora da área para boa defesa de Dominguez.

Após o equilíbrio na disputa de bola no meio de campo, as duas equipes alternavam bons lances com jogadas bizarras. Ainda assim, as oportunidades de gol eram criadas dos dois lados. O time equatoriano quase fez quando Caicedo entrou pela direita da área na frente de Figueroa. O atacante demorou para concluir e também não caiu na área quando foi tocado pelo zagueiro, numa oportunidade clara de gol. Valadares desviou para escanteio.

Aos 14, foi a vez de Honduras responder com Bengston, que chutou firme e contou com o desvio de Erazo para surpreender o goleiro. Dominguez conseguiu desviar para escanteio.

Aos 18, o Equador virou a partida em jogada ensaiada. Ayovi levantou na medida e Enner Valencia subiu tranquilo para cabecear para o chão e fazer o seu terceiro no Mundial, entrando no clube dos artilheiros da Copa.

Após a desvantagem, Honduras se lançou para o ataque e desperdiçou chances boas com Bengston, Costly Espinoza e Figueroa, todos chutando perto da meta defendida por Dominguez. O Equador apostava nos contra-ataques e em jogadas de bola parada. Com a aproximação do fim da partida, Honduras partiu para o desespero e tentava chegar de forma desorganizada no gol de Dominguez. Mas o time centro-americano não conseguiu o empate.

O Equador joga tudo agora diante da França, no Maracanã, na quarta-feira, a partir das 17 horas. No mesmo horário, também na quarta, Honduras enfrenta a Suíça na Arena Amazônia, em Manaus, precisando vencer e contar com uma combinação de resultados para chegar às oitavas.

Ficha técnica

Árbitro: Benjamin Williams (Fifa/Austrália).

Honduras: Valladares; Beckeles, Figueroa, Bernardez e Izaguirre (Garcia); Espinoza, Garrido (Martinez), Garcia (Chavez) e Claros; Costly e Bengtson. Técnico: Luis Suarez.

Equador: Dominguez; Paredes, Guagua, Erazo e Ayovi; Noboa, Montero (Achilier), Minda (Gruezo) e Antonio Valencia; Caicedo (Mendez) e Enner Valencia. Técnico: Reinaldo Rueda.

Gols: Costly, aos 30, e Enner Valencia, aos 33 minutos do primeiro tempo; Enner Valencia, aos 18 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Bernardez e Bengston (Honduras); Antonio Valencia, Enner Valencia e Montero (Equador).

Renda: Não disponível.          Público: 39.224 pessoas.