Última cidade sede a estrear um jogo da Copa do Mundo, Curitiba foi palco da pior partida do mundial até agora, e também do primeiro empate e, como se não bastasse, sem gols. A disputa entre Irã e Nigéria, nesta segunda-feira (16), na Arena da Baixada, em Curitiba, pelo Grupo F da Copa do Mundo decepcionou os amantes do esporte. A torcida se irritou com o fraco nível técnico do jogo e vaiou em diversos momentos.
Campeões africanos no ano passado, os nigerianos jogaram muito aquém da expectativa, criaram poucas chances de gol e se complicaram na disputa pela segunda colocação da chave, que deverá se dar contra a Bósnia-Herzegovina. A Argentina é a favorita.
Diferente dos demais 12 jogos da Copa até aqui, Irã e Nigéria não levaram grandes torcidas à Arena da Baixada. Assim, a camisa da seleção brasileira era a mais vista no estádio, que ficou lotado no seu primeiro jogo no Mundial.
Os dois times voltam a jogar neste sábado. O Irã vai tentar segurar Messi e as dezenas de milhares de torcedores argentinos que são esperados no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, enquanto que a Nigéria faz jogo vital para a classificação contra a Bósnia-Herzegovina, na Arena Pantanal, em Curitiba.
O jogo
Com jogadores mais experientes internacionalmente e jogando nas grandes ligas europeias, a Nigéria chegou à partida como favorita. Assim, era, desde o início, a responsável por ditar o seu ritmo, impor seu estilo de jogo. E fez isso buscando jogadas pelas pontas, em uma tentativa de fazer a bola chegar até Emenike, seu homem de área.
Foi o atacante quem, aos 8 minutos, criou a primeira boa chance da partida. Caiu pela esquerda, passou como quis pela marcação e cruzou. A zaga tirou e o rebote chegou para Onazi, mas o chute do meia passou à direita da trave.
Dominando a posse de bola, a Nigéria, porém, tinha poucas oportunidades de gol. O Irã, fechadinho atrás, nem isso. Tanto que o jogo se desenrolou morno até o fim do primeiro tempo. A monotonia só foi quebrada duas vezes: quando Musa surpreendeu e bateu uma falta de longe direto para o gol e quase pegou Haghighi de surpresa e no cabeceio perigoso de Ghooch, que Enyeama pegou no rebote. Foi a única finalização do Irã em todo a primeira etapa, contra cinco dos nigerianos.
O segundo tempo não foi diferente. O técnico Stephen Keshi até tentou trocar o discreto Moses por Ameobi, mas a Nigéria continuava sem conseguir transformar o domínio territorial do meio de campo em chances de gol. Do outro lado, o Irã mantinha o mesmo esquema tático, com Ghoochannejhad isolado.
O futebol chato apresentado pelos dois times já havia rendido vaias na saída para o intervalo, mas a irritação da torcida ficou ainda mais nítida a medida que o tempo passava no segundo tempo. Em contrapartida, talvez como um incentivo para que o Irã abrisse o jogo, os torcedores apoiavam cada vez mais as investidas dos asiáticos.
Na base da disposição, o jogo até melhorou – tanto que as vaias diminuíram. Do ponto de vista técnico, porém, a partida continuava sofrível. No finalzinho, a Nigéria tentou salvar o jogo. Pelo alto, ameaçou das vezes, mas a zaga do Irã foi precisa e tirou.
Ficha técnica
Árbitro: Carlos Vera (Fifa/Equador).
Irã: Alireza Haghighi; Hosseini, Montazeri, Sadeqi e Heydari (Masoud); Pooladi, Timotian, Hajsafi, Nekounam e Dejagah (Alireza); Ghoochannejhad. Técnico: Carlos Queiróz.
Nigéria: Enyeama; Ambrose, Oboabona (Yobo), Omeruo e Oshaniwa; Onazi, Obi Mikel, Musa, Moses (Ameobi) e Azeez (Odemwingie); Emenike. Técnico: Stephen Keshi.
Cartão amarelo: Timotian (Irã).
Renda: Não disponível. Público: 39.081 pessoas.