Maratona de Nova York tem dobradinha queniana de Kamworor e Jepkosgei

Publicado em 4 nov 2019, às 00h00.

Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP

Quênia comemorou uma dobradinha neste domingo na maratona de Nova York com duas vitórias categóricas de Geoffrey Kamworor no masculino, e de Joyciline Jepkosgei, que mais cedo acabou com o reinado de Mary Keitany na prova feminina.

Vencedor em 2017, Kamworor atacou a 5 mil metros do final para deixar atrás o também queniano Albert Korir e alcançar a vitória com um tempo oficial de 2h8min13.

Kamworor, Korir e o etíope Tamirat Tola se distanciaram dos demais atletas na marca dos 33 quilômetros mas Tola acabou cedendo, deixando a briga para Korir e Kamworor, cuja velocidade final e instinto para atacar acabaram sendo determinantes a partir dos 37 quilômetros.

Korir terminou em segundo com um tempo de 2h08min36, na frente de Girma Bekele Gebre, da Etiópia, que ficou em terceiro com 2h08min38. “Me sentia bem, muito confortável e estava pronto para tudo”, analisou Kamworor, de 26 anos. “Os últimos quilômetros da corrida foram muito rápidos. Mas me sentia forte e foi aí que decidi acelerar”.

A decepção foi para o etíope Lelisa Desisa, que tentava ganhar títulos consecutivos apenas 29 dias depois de ganhar o ouro na maratona do Mundial de Doha. Desisa liderou a maratona desde o início, mas mostrou claras dificuldades e acabou se retirando depois de correr onze quilômetros.

Disputa no feminino

Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP

Na prova das mulheres, Jepkosgei surpreendeu ao conseguir a vitória em sua estreia na distância. Assim como Kamworor, a queniana também mostrou excelentes dotes táticos, se distanciando da campeã de 2018, Keitany, nos últimos quilômetros para cruzar a linha de chegada com um tempo oficial de 2h22min38 segundos, o segundo mais rápido da história da prova nova-iorquina.

Jepkosgei, de 25 anos, nunca havia corrido uma maratona competitiva, enquanto que sua compatriota Keitany buscava seu quinto título sobre o asfalto de Nova York. As duas mulheres integraram um pelotão de três, junto com Ruti Aga, da Etiópia, que escapou e permaneceu à frente enquanto avançavam rumo a Manhattan no quilômetro 25; embora Keitany e Jepkosgei tenham começado a se afastar por volta do quilômetro 32 e logo deixaram para trás a etíope.

Jepkosgei atacou no quilômetro 37, se distanciando em 16 segundos de Keitany, uma vantagem definitiva rumo à vitória. Encarando o último quilômetro, olhou por cima do ombro para conferir se avistava sua adversária que durante a corrida pareceu sofrer com vômitos e não oferecia mais perigo.

Jepkosgei obteve uma excelente vitória, deixando de bater o recorde de 2h22min31, de Margaret Okayo em 2003, por muito pouco. “Sabia que Mary tinha mais experiência em maratona, então eu estava tentando ir além”, explicou uma radiante Jepkosgei após a vitória.