A Delegacia da Mulher divulgou na manhã desta quinta-feira (10) um laudo do Instituto Médico Legal (IML), apontando que a mulher de 44 anos, que acusou quatro jogadores do Esporte Clube Vitória por estupro, no último dia 30 de setembro, manteve relações sexuais até 72 horas antes do exame ser realizado, porém, a investigação concluiu que não há indícios de que tenha havido violência.

Segundo a delegada titular da Delegacia da Mulher da capital, Marcia Rejane Viera Marcondes, as investigações continuam, agora para saber se houve má-fá da denunciante. “Em caso de constatação de má-fé sem nenhum interesse a mais, ela reponderá por falsa comunicação de crime. Caso se comprove algo que leve a se pensar em alguma vantagem, aí ela poderá até responder por um crime mais pesado, que é extorsão”, afirmou a delegada.

A delegada disse ainda que, durante seu segundo depoimento, a vítima resolveu renunciar ao direito de abrir uma ação penal contra os jogadores, tratados por ela até então como supostos agressores. “Ela alegou que isso poderia atrapalhar a sua vida profissional. Na delegacia ela afirmou ser gestora de futebol”, contou a delegada.

A conclusão de que não há provas suficientes para indiciar algum jogador por estupro se deu graças aos depoimentos de testemunhas e a laudos do Instituto Médico Legal (IML). “Várias inconsistências nos levaram a crer que a mulher faltou com a verdade. Não bateram as informações dela com as das testemunhas”, contou Marcia.

O caso
Após vencer o Atlético Paranaense por 5 a 3, na noite de 29 de setembro, na Vila Capanema, em Curitiba, um grupo de jogadores do Vitória foi comemorar em uma casa noturna na região central da capital. Como os atletas tinham horário para voltar para a concentração, eles resolveram convidar duas mulheres que estavam com o grupo para irem até o hotel da delegação. Chegando ao local, elas deram entrada em um quarto. O suposto estupro coletivo denunciado pela mulher de 44 anos teria acontecido durante a madrugada.

A outra mulher nega a existência de crime e diz que por alguns momentos se afastou do quarto na companhia de um atleta reserva do elenco baiano. Ao voltar, a garota de 22 anos disse ter visto a mulher mais velha nua na cama e com sinais de vômito nas proximidades, uma vez durante a noite as duas haviam consumido muita bebida alcoólica. Ao acordar, a mulher de 44 anos disse ter sido molestada pelos jogadores e procurou a Delegacia da Mulher, onde não soube precisar quem a violentou. Na última terça-feira (8), ela foi ouvida novamente e resolveu desistir da ação penal.