O Dia Internacional da Mulher, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975, é comemorado nesta segunda-feira em todo o mundo e em diversos setores da sociedade. No esporte e mais especialmente no atletismo a data é reverenciada pela luta sobre as condições de competição equiparadas às dos homens.
Um grande exemplo dessa luta foi dado pela carioca Eleonora Mendonça, a primeira brasileira a disputar uma maratona olímpica, nos Jogos de Los Angeles (1984). Como co-presidente do Comitê Internacional de Corredores, ela investiu na função de ativista e trabalhou para a inclusão de eventos femininos de longas distâncias nos campeonatos internacionais. “Em 1983, no primeiro Campeonato Mundial de Atletismo, em Helsinque, anunciamos a abertura de um processo por discriminação de gênero contra o Comitê Olímpico Internacional (COI)”, lembrou a antiga recordista brasileira dos 800 m, 1500 m e maratona. “Dessa luta, nasceram decisões importantes para a igualdade de direitos”.
Apenas um ano depois, a maratona e os 3.000 m femininos já eram disputados em Los Angeles, os 10.000 m passaram a ser realizados em Seul-1998 e os 5.000 m começaram em Atlanta-1996. Depois foram incorporados o salto com vara e os 3.000 m com obstáculos, por exemplo.
A luta continua em toda a sociedade, com a solicitação de prêmios iguais entre homens e mulheres nas competições e a igualdade de salários para pessoas que ocupam o mesmo cargo, com as mesmas qualificações e com experiências semelhantes.
A World Athletics, a Federação Internacional de Atletismo, criou em 2017, o programa de liderança de gênero e ações vêm sendo adotadas para implementação do projeto. A meta é que o atletismo mundial tenha, até 2027, mais mulheres em cargo de liderança nas federações, associações e na própria World Athletics.
Na Confederação Brasileira de Atletismo, o Comitê Feminino trabalha desde 2017. Em 2020, por exemplo, o grupo formado pela coordenadora Elisângela Mari Adriano e as ex-atletas Esmeraldo de Jeus Freitas de Paula, Maria Magnólia Souza Figueiredo e Rita de Cássia Santos de Jesus realizou o I Fórum Mulheres em Movimento no Atletismo, com a participação de especialista, com o objetivo do compartilhamento do conhecimento e troca de experiências entre treinadoras. A psicóloga Maria Regina del Carlo é a ouvidora do Comitê Feminino.