Se depender do governo, Copa América será realizada no Brasil, diz Bolsonaro

Publicado em 1 jun 2021, às 13h41. Atualizado às 18h49.

(Texto atualizado com declarações)

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (01) que, no que depender do governo federal, a Copa América acontecerá este mês no Brasil.

Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que foi consultado na segunda-feira pela Confederação Brasileira de Futebol, conversou com todos os ministros interessados e deu resposta positiva para a realização do torneio no país.

“No que depender de mim e de todos os ministros, inclusive o ministro da Saúde, já está acertado, haverá Copa América no Brasil“, disse Bolsonaro, creditando a campanha contra a realização da competição a setores da imprensa que não serão beneficiados com a transmissão dos jogos.

Bolsonaro afirmou que foi procurado na manhã de segunda-feira pela CBF, que explicou a decisão da Argentina de desistir de sediar o torneio e foi consultado se o Brasil poderia fazê-lo, já que o país seria um dos únicos com estrutura pronta.

“Na América do Sul quem tem estrutura para isso, com custo quase zero, é o Brasil. Fui sondado pela CBF e eu dei sinal verde, no que depender da gente. Porque é como se fosse uma Libertadores, não é isso? Não está tendo jogos da Libertadores? Eu falo isso desde o começo: tem que encarar o vírus, poxa” disse.

Mais tarde, durante um evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro voltou a repetir que a decisão estava tomada, depois de ter consultado os ministros envolvidos.

“Foi unânime, todos deram sinal positivo. Deixo bem claro aqui: no que depender do governo federal, será realizada a Copa América no Brasil”, disse Bolsonaro. “Considero da parte do governo federal assunto encerrado.”

Os protocolos, afirmou, serão os mesmos adotados nas demais competições —Libertadores e também as eliminatórias da Copa do Mundo, que recomeçam na sexta-feira– com testagem e estádios vazios.

A Copa América, prevista para começar em 13 de junho, seria inicialmente realizada na Colômbia e Argentina, mas uma onda de protestos violentos na Colômbia fez com que apenas a Argentina ficasse responsável pelo torneio. O país vizinho, no entanto, desistiu devido a uma nova onda de casos de Covid-19.

A Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) promete vacinar contra a Covid-19 todas as delegações que virão ao Brasil. Algumas seleções já foram imunizadas, mas a maioria ainda não, o que reduz significativamente a efetividade da vacina. Em praticamente todos os casos, os fabricantes afirmam que é necessário pelo menos 15 dias para começar o processo de imunização –menos do que o prazo para o início da competição–, que estará completo apenas com duas doses.

O Brasil fechou a segunda-feira com um total de 462.791 mortes por causa da pandemia e, na última semana, registrou uma média de mais de 60 mil novos casos por dia e quase 1.900 novas mortes, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu; Edição de Maria Pia Palermo e Alexandre Caverni)

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