A fragilidade demonstrada pela defesa espanhola diante da Holanda preocupa o técnico Vicente Del Bosque para a partida de quarta-feira (18) contra o Chile, no Rio. O treinador espera por uma “pressão suicida” dos chilenos, como ele próprio definiu o estilo de jogo do adversário.

Para os zagueiros não ficarem tão expostos a exemplo do que aconteceu na estreia, Del Bosque deverá reforçar a marcação no meio de campo. Isso não significa necessariamente trocar a dupla de volantes formada por Busquets e Xabi Alonso, mas corrigir o posicionamento desses atletas, assim como dos meias, que não atuarão mais tão longe dos defensores.

“Tivemos um problema técnico, de concentração, contra a Holanda. A equipe não soube controlar as situações. Cometemos erros conhecidos que a Holanda soube explorar e que o Chile também tentará se aproveitar. Por isso, precisamos corrigir”, admitiu ontem o volante Xabi Alonso.

Sobretudo no segundo tempo, quando os holandeses recuperavam a posse de bola na defesa, facilmente chegavam ao ataque. O quinto gol foi o perfeito retrato do vazio que havia no meio de campo espanhol. Robben sobrou no um contra um com Sergio Ramos e ficou cara a cara com Casillas com extrema facilidade. “Depois que eles fizeram 3 a 1, nosso time foi mais coração do que cabeça e acabamos deixando espaços que eles souberam aproveitar”, disse Xabi Alonso.

Diante deste cenário, aumentam as chances de Koke ficar com a vaga de Xavi. Com mais fôlego do que o veterano craque do Barcelona, o jovem do Atlético de Madrid ajudaria mais na marcação sem deixar de ser também peça importante na criação das jogadas.

Del Bosque quer um time mais compacto contra o Chile. A ideia é diminuir o campo de ação do adversário e não dar chance para os contra-ataques. Se por vários momentos do jogo contra a Holanda a equipe se posicionava com dez homens à frente da linha do meio de campo (a única exceção era o goleiro Casillas), isso não deve se repetir na quarta-feira.

O time vai se manter fiel ao estilo de jogo que o consagrou nos últimos seis anos – desde a conquista da Eurocopa de 2008 -, trocando muitos passes no campo de ataque, mas com a atenção redobrada para não ser pego de surpresa quando os chilenos recuperarem a posse de bola. Outra recomendação de Del Bosque é que o jogo da Espanha seja mais vertical. Ou seja, ele quer jogadas em profundidade e de linha de fundo. Dessa maneira, pretende “empurrar” o Chile na sua área.

“É uma partida de vida ou morte e temos de ganhar ou ganhar, ou voltaremos mais cedo para casa”, disse Fàbregas, que pode entrar na equipe na função de “falso 9″. “Temos de ser valentes e atacar mais.”