As sanções econômicas que o Irã vem sofrendo por conta do programa nuclear do país atrapalharam a preparação da seleção para o Mundial e fazem com que a Nigéria seja a favorita para o duelo desta segunda-feira, em Curitiba. Pelo menos esta é a opinião do técnico da seleção asiática, o português Carlos Queiroz, que procurou tirar a pressão das costas de seus jogadores neste domingo.
Em entrevista coletiva concedida no local do jogo, a Arena da Baixada, Carlos Queiroz lembrou que os problemas econômicos causadas pelas sanções têm reduzido os recursos financeiros da seleção iraniana, o que causou dificuldades para marcar amistosos contra grandes adversários e aprimorar a equipe. “A situação política e econômica colocou a nossa seleção em completa desvantagem com relação aos outros times que estão aqui”, explicou o treinador.
A situação é tão grave que o presidente da federação de futebol do Irã, Ali Kafashian, chegou a sugerir que os atletas não troquem camisas com os adversários durante a Copa por conta dos estoques limitados de material.
Enquanto falava sobre os efeitos que as sanções têm sobre sua equipe, Carlos Queiroz aproveitou para exaltar a seleção da Nigéria, que segundo ele “tem potencial para ir longe no Mundial”.
O capitão do Irã, Javad Nekounam, também participou da coletiva ao lado de Carlos Queiroz. O meia se disse tranquilo apesar da situação difícil pelo qual passa o futebol de seu país. “Não estou estressado e nem me sentindo pressionado. Precisamos nos manter calmos e aproveitar a partida”, afirmou.
Assim como a Nigéria, a seleção iraniana busca a primeira vitória em Copas do Mundo desde 1998. No Mundial da França, o Irã venceu os Estados Unidos por 2 a 1, em jogo que ficou marcado pela troca de flores entre os atletas das duas equipes, que representam nações rivais em questões geopolíticas. Em sua última participações em Copas, foi eliminado na fase de grupos do Mundial de 2006, na Alemanha, com apenas um ponto conquistado.
Para vencer no Brasil, Carlos Queiroz diz que fará o que for necessário, apesar de defender sua equipe da fama de ser excessivamente defensiva. “Você só pode jogar um bom futebol se tiver uma boa defesa. Se tivermos que nos defender para vencer, é o que faremos. Se tivermos que sofrer, sofreremos”, garantiu.