O empresário do técnico Luiz Felipe Scolari, Jorge Machado, revelou nesta terça-feira bastidores da passagem do comandante pelo Cruzeiro, em 2020. Segundo o agente, a situação do clube era caótica, com salários atrasados e até mesmo falta de comida na concentração.
“Financeiramente o Cruzeiro está totalmente quebrado. Salários atrasados, falta de pagamentos a funcionários, falta de contratações porque impediram o Cruzeiro por falta de pagamento por processos milionários… Teve época que o Felipão teve que tirar do bolso para pagar passagens para jogadores viajarem…Chegou a faltar comida na concentração, só para se ter uma ideia”, disse à Rádio Grenal.
“Até funcionários do clube, cortadores de grama, cozinheiros, todos reclamavam ao Felipe sobre salários atrasados, dificuldades que estavam na família. Ele estava sofrendo emocionalmente lá”, completou.
Felipão assumiu a Raposa em outubro de 2020 e deixou a equipe em janeiro de 2021, depois de 21 partidas, das quais ele venceu nove, empatou oito e perdeu quatro. A princípio, o principal objetivo do técnico era livrar os mineiros de um possível rebaixamento à Série C do Brasileirão, o que foi realizado.
Ao longo destes três meses, porém, a então diretoria celeste não cumpriu nada do que foi prometido quando o contrato foi assinado. Dessa forma, o treinador, quando chamado para discutir o cronograma da temporada seguinte, decidiu não seguir mais no comando, conforme relatado por Jorge Machado.
“A verdade tem que vir à tona. Quem pediu para sair do Cruzeiro foi o Felipão, no final do ano. Ele foi chamado para fazer o planejamento para o outro ano e, ali, ele pediu o boné, saiu. Pessoas (patrocinadores) que prometeram no dia da contratação que bancariam o vestiário para que ele não tivesse problemas abandonaram o Cruzeiro quatro ou cinco rodadas depois. E tiveram muitos problemas. Eles não cumpriram com nada. Mentiram. Foi uma diretoria mentirosa. Eles falaram que bancariam o Felipão e a situação do plantel”, comentou.
Por fim, o agente fez questão de isentar o atual presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, dos atuais problemas vividos pelo clube. Em 2020, o mandatário era José Dalan Rocha.
“O atual presidente não tem culpa. As pessoas deixaram o Cruzeiro daquela forma. O presidente é uma pessoa que trabalha muito, tenta, mas não consegue. Ele está sozinho, pelo menos na época que estávamos lá. Ele é um cara do bem, que não tinha experiência e jogaram a bomba nele e ele pegou. Não tem como ele administrar tudo. É inviável”, finalizou.