Análise - faltou criatividade para o Athletico na derrota contra o Palmeiras
Desde a volta do futebol após a paralisação por conta da pandemia de COVID-19, fala-se muito sobre a falta de ritmo de jogo de várias equipes, e como isso afeta a qualidade das partidas. Athletico x Palmeiras foi um exemplo extremo disso: talvez um 0 a 0 fosse um placar mais adequado se considerado o volume apresentado pelos dois times. Mas como o futebol não funciona assim, o Palmeiras encontrou um gol aos 47 do segundo tempo, e os três pontos foram para o lado alviverde.
A escalação do Athletico veio relativamente modificada em relação ao que se poderia considerar uma equipe titular – apesar de essa classificação não ser exatamente clara, por conta da alta rotatividade que é necessária na dura sequência de jogos. Começaram o jogo Khellven, Richard e Carlos Eduardo, com destaque para o último que atuou como centroavante, e mais uma vez apareceu pouco.
Em meio a uma partida completamente morna na primeira etapa, o destaque fica para os laterais. Abner não fez um jogo espetacular, mas conduziu bem algumas investidas e mostrou qualidade na saída de jogo – para o nível que se apresentou ontem na Arena, é acima da média. O mesmo pode ser dito para Khellven, que já merece essa titularidade desde o golaço que fez na final do Paranaense.
O setor de criação sofreu uma grande baixa com a lesão de Nikão aos 33 minutos do primeiro tempo. O jogador é referência no ataque, e Geuvânio não conseguiu repetir a boa atuação que teve contra o Santos. Pelo meio, Léo Cittadini até foi um dos que mais apareceu – inclusive sofreu um pênalti que não foi marcado pelo árbitro – mas ainda assim, ficou abaixo do esperado. Este também foi um fator limitante, já que a escalação com Richard e Wellington sugere um meio campo muito mais defensivo do que ofensivo.
No segundo tempo o jogo ficou mais movimentado, mas nada que chegasse a empolgar. Durante toda a partida, o Athletico não chegou a acertar a meta do goleiro adversário, mas chegou perto com uma bola na trave de Pedrinho, após saída errada de Weverton. O jovem jogador mostra que merece mais chances, inclusive começando como titular.
O gol do Palmeiras não saiu em uma jogada trabalhada, e não há como colocar responsabilidade em nenhum atleta no lance. Foi marcado, inclusive, por um jogador conhecido pela torcida do Athletico, e com características que serviriam muito bem no Furacão de 2020 – Raphael Veiga estava no elenco campeão da Copa Sul-Americana de 2018, e ajudou muito a equipe com suas jogadas verticais mais centralizadas.
A derrota é a segunda seguida no Brasileirão, e significa que a equipe deve cair mais algumas posições na tabela. Mas a atuação ruim e a falta de objetividade preocupa mais, especialmente para uma equipe que estava jogando em casa.
Destaques positivos: Khelven, Pedrinho
Destaques negativos: Carlos Eduardo