Análise: Título dá motivação, mas Athletico precisa melhorar para a sequência da temporada
A temporada 2020 promete muitos desafios complicados para o Athletico Paranaense. Ainda com três competições em vista (Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil), o rodízio de atletas deve acontecer com frequência, ainda mais considerando um calendário apertado, que deve acabar somente no início de 2021.
Para obter bons resultados, todas as peças serão importantes. Por isso, o portal RIC Mais traz uma breve análise dos jogadores atuais do elenco do Athletico:
Goleiros – segurança, ao menos na titularidade
Destaque: Santos
Um dos jogadores mais elogiados pela torcida e por analistas está debaixo das traves. Santos consolidou sua posição como ídolo do clube, e foi uma das peças mais importantes nas finais do Campeonato Paranaense, com defesas difíceis nas duas partidas. O goleiro está no auge de sua carreira, com ótimo posicionamento e visão dos lances, para obter sempre a melhor chance de fazer a defesa. Somente peca na hora de sair jogando com os pés, fundamento que erra com frequência.
O reserva imediato é Jandrei. Vindo do futebol italiano e com histórico na Chapecoense, o goleiro jogou pouco, e por isso pode sofrer com falta de ritmo caso tenha que ser acionado. Sua última partida foi contra o Colo-Colo, quando fez uma partida razoável, mas foi expulso após o apito final.
Defesa – o ponto forte da equipe
Destaque: Lucas Halter
A defesa do Athletico sofreu uma baixa importante no período de pausa por conta da pandemia. Robson Bambu foi o único titular vendido durante a paralisação, e agora joga no futebol francês. Mesmo assim, o setor mostrou solidez durante a reta final do Paranaense, e sofreu apenas três gols em seis jogos.
A dupla titular deve permanecer a mesma, com Thiago Heleno e Lucas Halter. Mais uma vez a equipe opta por mesclar a experiência do General com uma promessa da base, assim como aconteceu com Léo Pereira em anos anteriores – alguns dizem que Halter apresenta atuações melhores do que Léo, se comparados os momentos semelhantes de suas carreiras: Halter tem apenas 20 anos.
Os reservas imediatos são jogadores que recentemente chegaram ao time: Pedro Henrique e Felipe Aguilar. No caso do primeiro, pode-se dizer que é um retorno, já que o atleta fez parte da equipe Athleticana na temporada 2019, quando era emprestado do Corinthians e fez 16 jogos. Já Aguilar procura retomar o ritmo de jogo, pois que atuou pouco no final da temporada passada pelo Santos. Correm por fora os jogadores Edu (vindo do Cruzeiro, apenas 20 anos de idade) e José Ivaldo, atleta que agrada o treinador Dorival Júnior.
Nas laterais, o Athletico possui muitos problemas e poucas soluções. A saída de Adriano da equipe representa uma perda importante, por conta da versatilidade do jogador. Tanto Jonathan na direita e Márcio Azevedo na esquerda possuem 34 anos, e isso pode pesar na sequência longa de jogos. O contraste é grande com as alternativas diretas: Abner Vinícius, de 20 anos, fez um Paranaense regular, e deve aparecer bastante na sequência do ano. Khellven fez o gol mais importante da equipe no campeonato, mas ainda precisa ganhar sequência – vale lembrar que no período logo após o retorno do campeonato, ele não era sequer relacionado para ficar no banco.
Quando retornar de lesão, Erick deve ser bastante utilizado também. Possui qualidade, mas a mudança dele para a lateral significa uma opção a menos para o meio-campo.
Meio-campo – reforços devem agitar a disputa por posição
Destaque: Nikão
(Nota: os pontas também são considerados meio-campos na presente classificação, mesmo que costumem aparecer com infiltrações na grande área no 4-1-4-1 utilizado por Dorival Júnior)
O Athletico trouxe peças novas para o seu meio campo, desde os volantes até as pontas. Nomes como Richard (ex-Corinthians), Jaime Alvarado (ex-Watford) e Geuvânio (ex-Atlético-MG) podem conquistar lugares na equipe principal, dependendo da performance dos atuais titulares.
Na parte defensiva do meio-campo, Wellington traz segurança para a posição e deve permanecer como titular no restante do ano. Capitão da equipe, ele é um dos líderes do elenco e tem qualidade técnica suficiente para segurar as jogadas dos adversários que estão no horizonte do Athletico. Sob o comando de Dorival, ele pode também aparecer como homem surpresa na área, mas ainda precisa treinar a pontaria. As opções diretas incluem Richard, Lucho González e Christian.
Também no meio-campo, Léo Cittadini aparece como um jogador de transição, que frequentemente chega ao ataque e conduz a equipe. Marcou um gol decisivo no primeiro Athletiba das finais, mas ainda sofre com a falta de uma sequência de bons jogos. É jogador de confiança de Dorival e deve permanecer como titular, com Fernando Canesin aparecendo como opção direta.
O camisa 10 do Athletico é uma das maiores decepções da temporada. Marquinhos Gabriel não consegue fazer boas atuações, e aparece de vez em quando na bola parada. Está abaixo do nível da equipe, e a torcida já faz pressão em torno da performance do jogador. É talvez o atleta de maior confiança de Dorival Júnior, mas Jaime Alvarado pode assumir a posição se fizer bons jogos nas oportunidades que aparecerem.
Na ponta esquerda, outro jogador que está abaixo do esperado: Carlos Eduardo. O atleta busca bastante o jogo, mas concretiza poucas jogadas e perde a posse de bola muito frequentemente. Apesar disso consegue gerar lances de maior perigo quando acerta. Tem em sua sombra jogadores jovens do Athletico, com destaque para Pedrinho e Vitinho, além de Jajá.
Na outra ponta está um dos maiores ídolos do Athletico em termos do elenco atual. Nikão é unanimidade entre torcedores e diretoria, e possivelmente o jogador de maior qualidade técnica da equipe. Fez o gol que sacramentou o título paranaense, e é titular absoluto. Mas se necessário, Geuvânio pode aparecer na posição também.
Ataque – a grande incógnita
Destaque: Walter
Quando se analisa a tabela de artilharia do Campeonato Paranaense, o nome de Guilherme Bissoli aparece entre os artilheiros, com seis gols. Mas o atacante titular do Athletico na temporada tem momentos em que aparece menos para o jogo, muito por conta da falta de criação da equipe. Teve a atuação muito comprometida nas finais do Paranaense por conta de um desconforto na coxa.
Quem aparece com chance de titularidade é Walter, mas é difícil saber o que esperar do atacante, que não joga profissionalmente há dois anos por conta de uma punição por doping. Apesar disso, ele vem se preparando fisicamente, e está em forma para atuar e ganhar ritmo de jogo.
A estreia do Athletico no Brasileirão acontece nesse sábado, contra o Fortaleza fora de casa. A partida está marcada para começar às 19h.