Após punição, Chelsea é autorizado a fazer contratações em janeiro

Publicado em 6 dez 2019, às 00h00.

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O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) reduziu a sanção ao Chelsea nesta sexta-feira, que havia sido suspenso de contratar jogadores devido a infrações na aquisição de menores, passando de duas janelas de transferência para uma, já concluída no verão passado, o que permitirá que contrate em janeiro.

“O Chelsea está proibido de registrar novos jogadores durante uma janela de transferências, que o clube já cumpriu durante a janela de verão de 2019″, escreveu o TAS em comunicado.”O Chelsea está livre para contratar jogadores pela janela de transferências”, afirmou mais tarde a equipe de Londres, que havia sido vetada pela Comissão de Apelações da Fifa no início de maio até 31 de janeiro de 2020.

O TAS também reduziu a multa ao clube, que passa de 600.000 a 300.000 francos suíços (273.000 euros), a quem ele alegou não ter respeitado os regulamentos sobre transferências internacionais de 27 menores.

Manifestando sua “gratidão” ao TAS por sua “diligência”, o Chelsea também considerou que “se a Fifa continuar a impor sanções incoerentes e injustas aos clubes, prejudicará até a missão deste regulamento”: a proteção aos menores.

Base ou astros

Dessa forma os Blues, comandados nesta temporada pelo lendário Frank Lampard, não conseguiram contratar um substituto para o astro Eden Hazard, transferido para o Real Madrid por cerca de 100 milhões de euros, embora possa não ser a prioridade, após o surgimento de um grupo de interessantes jovens jogadores.

A imprensa inglesa revelou em setembro de 2017 a existência de uma investigação ao Chelsea. O jornal The Guardian informou meses depois que o burquinês Bertrand Traoré, agora no Lyon, foi inscrito em 2014, depois de fazer 18 anos, mas a publicação cita uma partida de categorias inferiores disputada pelo atacante aos 16 anos, em outubro de 2011.

Após a investigação o Football Leaks publicou que Traoré havia sido transferido em 2011 da Association Jeunes Espoirs de Bobo-Dioulasso (AJEB), em Burkina Faso, para o Chelsea por 400.000 libras, operação que o clube inglês classificava como “opção”.

A Fifa já sancionou outros clubes por não respeitarem a regulamentação de menores. Em 2014 o Barcelona não pôde contratar em duas janelas, enquanto que em 2016 o Atlético de Madrid e o Real Madrid receberam uma pena similar.

O Real Madrid obteve uma diminuição da sanção (um mercado) por parte do TAS, enquanto que o Atlético não pôde contratar até janeiro de 2018.

Foto: Fabrice Coffrini/AFP

Contratações na defesa

Protagonista de um bom início de temporada, ocupando a quarta posição sob o comando de Lampard, o Chelsea enfrenta um dilema: seguir confiando em seus novos talentos – Fikayo Tomori, Mason Mount, Tammy Abraham e Callum Hudson-Odoi -, que estão apresentando um grande resultado, ou trazer grandes nomes, com o risco de ofuscá-los.

A imprensa publicou que o clube teria 177 milhões de euros para contratações, mas Lampard preferiu a moderação, mostrando sua confiança nos promissores ‘Baby Blues’. Mais prováveis podem ser as saídas, com a perspectiva da Eurocopa 2020, principalmente do francês Olivier Giroud, fundamental na seleção campeã do mundo e que tem sido pouco utilizado no clube inglês.

Lampard também poderá optar por reforçar sua defesa, oitava da Premier em gols sofridos. Entre os possíveis objetivos, Nathan Aké, ex- jogador do Chelsea agora no Bournemouth, que poderia voltar por 47 milhões de euros. “As pessoas falam de velocidade, determinação, qualidades atléticas, trabalho sem bola… Essa é o tipo de jogador que quero. Se houver uma oportunidade, tentaremos melhorar”, havia comentado Lampard antes da sentença do TAS.

O clube não tira o olho da promessa inglesa Jadon Sancho, que vive no Borussia Dortmund uma situação cada vez mais complicada, nem do atacante marfinense do Crystal Palace, Wilfried Zaha, cujo preço giraria em torno dos 80 milhões de libras (95 milhões de euros).