Clubes italianos criticam uso de macacos na campanha contra racismo; Artista se retrata

Publicado em 17 dez 2019, às 00h00.

Milan e Roma criticaram a campanha anti-racismo da Liga Italiana. Os pôsteres contra ofensas de cunho racial mostram três macacos com rostos pintados e, segundo a visão dos clubes, essa não é a maneira de combater o problema.

A campanha anti-racismo da Liga Italiana foi criticada por clubes italianos (Foto: Reprodução)roma

Em uma postagem no twitter, os Rossoneros alegaram não terem sido consultados a respeito da veiculação da campanha.

“A arte pode ser poderosa, mas discordamos fortemente do uso de macacos como imagens na luta contra o racismo e ficamos surpresos com a total falta de consulta”, escreveram.

O time da capital italiana também se posicionou utilizando as redes sociais.

“Ficamos muito surpresos ao ver o que parece ser uma campanha anti-racista da Série A com macacos pintados. Entendemos que a liga quer combater o racismo, mas não acreditamos que esse seja o caminho certo para fazê-lo”, publicaram.

#ASRoma was very surprised to see what appears to be an anti-racist campaign from Serie A featuring painted monkeys on social media today. We understand the league wants to tackle racism but we don’t believe this is the right way to do it. pic.twitter.com/jVLImrgS0y

— AS Roma English (@ASRomaEN) December 16, 2019

Conhecido por sempre utilizar macacos em suas obras, o artista Simone Fugazzotto concedeu entrevista coletiva e explicou a arte.

“Eu sempre pintei macacos por cinco a seis anos, então pensei em trabalhar para ensinar que somos todos macacos. Fiz o macaco ocidental com olhos azuis e brancos, o macaco asiático com formato de amêndoa olhos e o macaco preto posicionado no centro, de onde tudo vem”, destacou.

Por último, mas não menos importante, Luigi de Siervo, diretor-executivo da Liga Italiana, falou sobre os planos para combater o racismo.

“Sabemos que o racismo é um problema endêmico e muito complexo, que abordaremos em três níveis diferentes: o cultural, através de obras como a de Simone; o esportivo, com uma série de iniciativas em conjunto com clubes e jogadores; e o repressivo, graças à colaboração com a polícia”, finalizou.