O Corinthians registrou um recorde negativo com a apresentação do balanço financeiro de 2019. O déficit de R$ 177 milhões gerou muitas críticas e pressão em cima da gestão liderada por Andrés Sanchez.
O cenário fez crescer a expectativa pela reunião que definiria a aprovação ou reprovação das contas do clube. O ato deveria ocorrer em abril, mas teve de ser adiado por causa da pandemia do coronavírus. Por ora, ainda não se sabe quando o Conselho Deliberativo se juntará, como explicou Antônio Goulart, presidente do órgão, em entrevista à Gazeta Esportiva.
“A próxima reunião será a da votação do orçamento. Deveria ser na última semana de abril, mas tem muitos conselheiros que não têm familiaridade com mídia eletrônica. Sem contar que, apesar de eu confiar nos conselheiros, de repente, à distância, será que ele mesmo que irá votar? Por isso, achamos melhor fazer presencialmente”.
Antonio Goulart concluirá seu mandato na presidência do Conselho corintiano neste ano também
Portanto, a alternativa de promover um encontro online está fora de cogitação.
“São 122 conselheiros vitalícios, e eu sou o mais novo destes (risos). Ao todo, são 322 conselheiros”.
Apesar de ainda não haver uma data para a tão aguardada votação, Goulart garantiu que ela será realizada antes das próximas eleições, que estão agendadas para 28 de novembro.
“A votação acontecerá na primeira semana, tão logo haja possibilidade de reunir as pessoas presencialmente. Essas reuniões são sempre feitas no teatro, mas temos as opções para usar o salão nobre ou o ginásio”, explicou. “Acredito que até agosto isso deve acontecer”.
Por ora, apenas o Conselho Fiscal se pronunciou sobre o balanço de 2019 e de uma maneira ambígua, aprovando as contas, mas reprovando o déficit. O Cori (Conselho de Orientação), que costuma influenciar diretamente nas decisões finais da casa, segue em silêncio, e por um motivo especial.
“Não há a necessidade de eles emitirem o parecer agora. Um ou dois dias antes da reunião do Conselho Deliberativo, isso vai acontecer. Divulgar agora é jogar uma pressão em cima do Conselho Deliberativo desnecessária. Não vou ser responsável por fazer uma reunião online para um assunto tão sério”, concluiu Goulart.
Medidas para eleição presidencial
Também em contato por telefone, a Gazeta Esportiva conversou com Romeu Tuma Júnior, escolhido para presidir o Conselho Eleitoral. Ex-candidato à presidência do clube, o conselheiro revelou as medidas que estão sendo tomadas para que a eleição ocorra mesmo com o país em meio a uma pandemia.
“Já pedi a reserva do ginásio grande. Sempre fazemos no menor, mas a prioridade será o grande. Estamos estudando outras medidas, que mais para frente vamos divulgar”.
Por ora, apenas Paulo Garcia e Augusto Melo lançaram candidaturas. Ao lado de Felipe Ezabela, Mário Gobbi deve fazer o mesmo, agora como oposição à chapa da situação, que ainda não definiu quem e se terá um concorrente tirado de dentro do grupo para buscar a sucessão de Andrés Sanchez.
“As chapas podem lançar candidatos até 15 dias depois da última publicação do edital. Ele tem que ser publicado três vezes. Isso deve acontecer em setembro. O edital tem de sair 30 e 60 dias antes da eleição”, completou Tuma.
Clima quente nos bastidores
A cinco meses das eleições, o Corinthians já vive clima campanha. Nesta semana, Duílio Monteiro Alves, atual diretor de futebol, cutucou o ex-companheiro de trabalho, Mário Gobbi, que retrucou.
Por dois dias seguidos, o Parque São Jorge também foi alvo de protestos. A Gaviões da Fiel, principal organizada do clube, inclusive, já se posicionou.