Sem competições rolando, polêmicas extracampo ganharam mais reverbério durante a pandemia do novo coronavírus. O Corinthians passa por um momento delicado financeiramente e politicamente, segundo estudo feito pela Pluri Consultoria, a dívida líquida do clube é avaliada em R$ 765 milhões. Apesar da crise, a diretoria alvinegra se vira como pode para sanar as finanças.
“A gente vem trabalhando em cima de cortes. O Corinthians esse ano, em relação ao ano passado, teve uma diminuição na folha de pagamento de futebol de 5 milhões mensais aproximadamente. Isso são mais de 60 milhões no ano”, afirmou Duílio Monteiro Alves, diretor executivo de futebol, à Bandsports.
Vivendo um período pré-eleitoral, o Corinthians começa a conviver com a pressão da torcida. Na manhã da última quinta-feira, os muros do Parque São Jorge, sede social do clube, foram pichados com palavras de ordem contra o atual presidente Andrés Sanchez. O protesto ocorreu menos de 24 horas após a confirmação da contratação do atacante Jô. O ídolo corintiano chega sem custos, após uma rescisão com seu antigo clube, o Nagoya Grampus, do Japão, mas terá o teto salarial estipulado pela diretoria, se juntando a jogadores como Cássio, Fagner, Gil e Luan.
A explicação, por parte de Duílio, foi que a vinda de Jô era viável pela saída de Vagner Love, o que abriu uma brecha na folha salarial, e o desejo do técnico Tiago Nunes de contar com o atleta.
“Nós trouxemos o Jô porque tivemos a saída do Vagner Love, recentemente, que nos abriu um espaço na folha, no orçamento. Ele veio por valores que consideramos viáveis, não vamos encarecer em nada do que era a folha anteriormente e não passa o teto estipulado pelo clube. Entendemos que é um jogador com muita identificação com a torcida, ganhou vários títulos e foi criado aqui. Claro, foi um pedido do nosso treinador, e no Corinthians só chega jogador com pedido do técnico”, falou.
Depois de uma série de saídas ao fim da última temporada, o Alvinegro se reforçou pontualmente para 2020. Jô foi o sétimo reforço para este ano- antes Luan, Cantillo, Matheus Davó, Sidcley, Yony González e Ederson. Anterior à pandemia forçar a paralisação do futebol no Brasil, o Corinthians passava por tempos de reformulação, mudança de ideologia. Apesar da virtual eliminação na primeira fase do Campeonato Paulista, a diretoria confia nos jogadores que Tiago Nunes tem à disposição e espera brigar por títulos.
“A gente confia no elenco que a gente tem. Para mim, o Corinthians tem um bom time. Não é um dos times mais caros do Brasil, mas vai brigar por tudo esse ano”, finalizou Duílio.