Entenda como o corpo de Pelé foi conservado por 5 dias antes do sepultamento

Publicado em 5 jan 2023, às 22h14. Atualizado em: 6 jan 2023 às 06h30.

Pelé foi sepultado no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos (SP), na última terça-feira (3), cinco dias após a sua morte. Para manter o corpo do Rei conservado durante todo esse tempo, foi utilizado a tanatopraxia, método que já foi aplicado no corpo da Rainha Elizabeth II e no Papa Bento XVI, morto em 31 de dezembro.

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A técnica consiste na reparação e conservação da matéria orgânica após a morte. Isso permite que o corpo possa ser transportado a grandes distâncias ou mesmo o prolongamento do funeral, o que dá oportunidade de familiares distantes participarem, por exemplo, conforme explicou Nelson Pereira Neto, diretor estratégico do serviço funerário do Grupo Bom Pastor, que faz parceria com o Memorial.

“Este é um método pouco invasivo, que respeita a integridade do corpo, no qual é injetado um líquido a base de formaldeído em uma veia”, contou.

O corpo do ex-jogador ainda foi velado por 24 horas, período em que recebeu o carinho de mais de 250 mil pessoas, autoridades, amigos e familiares.

Na tanatopraxia, o profissional utiliza um equipamento que faz o líquido circular pelo corpo. Em seguida, outro aparelho é usado para aspirar uma porção do líquido e de sangue. As frações que sobram permanecem no organismo. Além da conservação, a técnica visa evitar a propagação de moléstias contagiosas e doenças.

Apesar de ter um conceito parecido com o embalsamento, os procedimentos diferem. A tanatopraxia, por exemplo, não exige a retirada de todos os órgãos, como acontece no outro método.

A tanatopraxia foi criada no século XIX, durante a Guerra da Secessão, nos Estados Unidos, com objetivo de transportar corpos de soldados mortos. Ela se aprimorou e chegou ao Brasil em 1993.

“Alguns aspectos são considerados antes de realizar o procedimento, como peso, causa da morte e o tempo desejado de conservação. Por meio dele, conseguimos dar uma aparência de calma e sonolência ao falecido. Isso ajuda a confortar a família em seu sofrimento pela perda do ente querido, que é o principal objetivo da técnica”, disse Neto, que foi um dos profissionais que realizou a tanatopraxia em Pelé.

Após a confirmação da morte do Rei, no dia 29 de dezembro, a equipe médica foi até o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, realizar o procedimento. O ídolo do Santos também passou por uma necromaquiagem, que ajuda a dar uma aparência próxima de quando estava vivo. Depois, o corpo foi coberto com lençóis e colocado em uma sala climatizada até a hora do transporte, que aconteceu na madrugada de segunda-feira.

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