O Botafogo aposta no sucesso de sua estratégia para se tornar um clube-empresa e resolver os problemas financeiros do clube. Em parceria com a XP Investimentos, o Alvinegro busca investidores para alavancar o projeto, principalmente de fora do Brasil.
O caminho, entretanto, pode não ser tão viável como imaginam os dirigentes alvinegros. Pelo menos é isso que pensa Rodrigo Capelo, jornalista especializado em negócios e que fez uma análise do panorama do futebol brasileiro, em entrevista ao SporTV. Para Capelo, a conjuntura do futebol nacional e, principalmente quando se trata de clubes de tradição, torna a convivência entre o investidor e o dirigente mais difícil. ”Imagina uma reunião, tem investidores estrangeiros, preocupados com dinheiro, falam “tem que vender esse, esse e esse jogador, senão isso não vai fazer sentido para mim”. O associado estará lá, vai ter o associado do conselho de gestão, que continua participando do negócio. Não vai chegar a esse ponto. O investidor estrangeiro não vai querer participar disso, colocar o dinheiro e ter que dividir as decisões nesse modelo”, avaliou o jornalista. Capelo citou uma série de fatores que o levam a não acreditar que muitos investidores internacionais se interessem em investir aqui. ”Estamos falando de um futebol que não é internacional, tem teto e receitas mais baixo, calendário uma porcaria, tem federação estadual ingerindo no negócio o tempo inteiro, não tem fair-play financeiro, risco de inflação, não se paga imposto, tem corrupção endêmica. O futebol brasileiro é difícil, o investimento estrangeiro é improvável”, opinou. Na avaliação do jornalista, o clube tem poucas alternativas e vale a pena tentar, mas ele considera um caminho difícil.