Gerente de futebol do Paraná Clube pede demissão após um mês no cargo

Publicado em 20 ago 2021, às 16h59. Atualizado às 17h00.

A cada dia que passa, a situação do Paraná Clube vai piorando. Tanto dentro quanto fora de campo. Nesta sexta-feira (20), o gerente de futebol, Arthur Ferreira, pediu demissão do cargo, apenas um mês após assumir a função.

Ele era o representante da FDA Sports, que fechou uma parceria com o Tricolor para a terceirização do futebol. No entanto, tanto clube quanto empresa não falam a mesma língua há tempos, e a parceria deverá ser rompida em breve.

A informação da saída de Arthur Ferreira foi noticiada pelo portal UmDois Esportes. Oficialmente, o Paraná Clube ainda não se manifestou, apenas esclareceu, por meio de nota, em seu site oficial, que “o contrato de parceria ainda está vigente e traz obrigações para todas as partes”. (Confira a íntegra no final da matéria).

Sem Arthur Ferreira, o departamento de futebol da equipe paranista ficará a cargo do executivo de futebol Marcelo Nardi; e de Marcelo Guatura, diretor de futebol. A dupla ficará responsável pela gerência do departamento.

Crise sem fim

A saída de Arthur Ferreira é mais um capítulo na crise sem fim vivida pelo Tricolor, que dentro de campo, luta contra o rebaixamento à Série D. E, fora dele, tem que conviver com os problemas administrativos.

Na quinta-feira (19), os jogadores do Paraná Clube se reuniram com dirigentes do clube e da FDA, cobrando o pagamento dos salários que estão em atraso. Houve ameaça de greve. Os jogadores não treinaram na quinta-feira, e há a possibilidade de não se concentrarem para a partida decisiva contra o Ituano, no sábado (21), pela 13ª rodada da Série C.

Os débitos variam de jogador para jogador, com atletas com um mês de atraso, e outros com dois meses. Os funcionários do clube tem valores dos últimos três/quatro meses em aberto.

A FDA Sports assumiu o comando do futebol do Paraná Clube em junho, e prometeu investir R$ 2,9 milhões em 2021. As parcelas seriam divididas em R$ 400 mil mensais. Entretanto, apenas uma foi paga. A empresa contava com o aporte financeiro de uma organização chinesa, que desistiu de injetar dinheiro, alegando que não tinha mais condições.

Desde então, a FDA Sports tem buscado outros recursos. O fato desgastou a relação entre clube e empresa, e a ruptura contratual poderá acontecer em breve, com o Tricolor não precisando pagar nada pela quebra no vínculo. Caso a parceria seja desfeita, muitos jogadores do elenco atual deverão deixar o clube.

Decisão no sábado

Em meio a todo este caos, o Paraná Clube terá um jogo decisivo neste sábado, contra o Ituano, pela 13ª rodada do Grupo B da Série C. Em nono lugar, com apenas nove pontos, o Tricolor está três atrás do São Jose-RS, primeiro fora da ZR.

Com 81% de chance de queda à Série D, o esquadrão paranista precisará vencer quatro dos seis jogos restantes para evitar mais um vexame histórico.

Confira a nota divulgada pelo Paraná Clube:

Considerando as recentes entrevistas por parte de prepostos e sócios da parceira FDA, o Paraná Clube esclarece  para seus associados e torcedores: 

1) o contrato de parceria ainda está vigente e traz obrigações para todas as partes; 

2) o contrato foi firmado entre o PRC e as empresas Kerry e FDA; 

3) toda e qualquer proposta de modificação das cláusulas contratuais, por aditivação, necessitam da manifestação de vontade de todos os contratantes; 

4) até o momento, apenas a empresa FDA manifestou intenção de aditivar o contrato, com redução de valores;

5) a empresa Kerry não trouxe para o Paraná Clube qualquer manifestação, seja de aditivar ou rescindir o ajuste;

 6) todas as decisões decorrentes do ajuste em vigência foram tomadas pela Comissão Gestora designada pelo contrato, nos estritos limites das atribuições fixadas no contrato.

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