Não é hora de elitizar a torcida que joga junto com o Operário!
Antes mesmo do Operário Ferroviário divulgar que teria uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (04) sobre o programa de sócio-torcedor do clube, o ‘Sócio Fantasma da Vila’, já tinha em mente uma coluna sobre esse assunto. Quase um ano se passou desde o início da pandemia e pensava comigo: será que o Grupo Gestor do Fantasma não poderia pensar em ações para valorizar ainda mais o torcedor que destinou parte do seu suado salário para manter as mensalidades em dia? Esse torcedor que, mesmo sem poder ir ao estádio, colaborou com as finanças do clube num momento tão difícil para a economia?
Bom, veio a coletiva com o diretor do programa e da Loja do Fantasma, Joelcio ‘Ferpa’ de Miranda, e digamos que a situação ficou mais ‘grave’. O clube divulgou um aumento de 82% no Plano Prata (de R$ 55 para R$ 100), o mais baixo dentre aqueles que garantem ingresso para as partidas no Estádio Germano Krüger, além de reajustes – em menor proporção – nos demais planos do sócio-torcedor. A justificativa estava pronta e não dá para não dizer que é justa: precisamos de recursos para montar um elenco forte para a temporada 2021.
A grande questão é: dos 7,9 mil sócios registrados no ‘Fantasma da Vila’, 6 mil não renovaram suas associações durante o ano passado ou estão com as mensalidades em atraso. Será que estes aumentos, que mesmo assim não dão a garantia do torcedor voltar para a arquibancada de Vila Oficinas (ainda estamos em pandemia), são a forma mais adequada de tentar aumentar a arrecadação do clube? É neste caminho que traremos os ‘ausentes’ de volta e conquistaremos novos sócios?
Trago para a discussão a sugestão do torcedor Dyego Marçal, divulgada nas redes sociais e em alguns grupos de torcedores: porque não reduzir e equalizar o valor das mensalidades para todas as categorias enquanto os jogos estão de portões fechados? Ele até sugeriu o valor: R$ 40 para todo mundo. Quando a torcida voltar, aí readequam-se os planos de acordo com setores do Germano Krüger. Alias, que essa readequação possa ser igualitária ou parecida em todos os setores, que não se ‘pese’ a mão justamente para a maior parte dos sócios.
Para completar a insatisfação do torcedor alvinegro, ‘Ferpa’ exemplificou algumas das vantagens do programa, mesmo com os reajustes, falando sobre número de jogos e adversários de tradição que virão para Ponta Grossa durante a temporada. Mas peraí, já combinaram com o Covid para estarmos nos estádios até lá? “Do final de fevereiro até março, teremos cinco jogos em casa pelo Paranaense. O sócio vai pagar apenas R$ 20 por cada um deles”, disse Miranda.
Resumo da ópera: o programa Sócio Fantasma da Vila, que com a força do operariano e a dedicação do Grupo Gestor já marcou alguns golaços para ajudar o clube, desta vez viu sua diretoria marcar um gol contra. O importante é que até o início do Campeonato Paranaense ainda há tempo de se ouvir o torcedor e repensar a coletiva desta quinta. O recado final é o mesmo do título: não é hora de elitizar a torcida que joga junto com o Operário. Não é hora de ‘culpar’ o torcedor pelas perdas econômicas da pandemia. Saudações alvinegras e até a próxima!