Presidente da Sapesp expressa confiança na retomada e critica gestão de clubes brasileiros
Com a autorização da volta aos treinamentos a partir do dia 1º de julho, concedida pelo governo de São Paulo na última quarta, os clubes poderão enfim retomar suas atividades. Porém, para isso, os times serão obrigados a seguir rígidos protocolos de segurança para resguardar a saúde dos atletas.
Em entrevista à Fox Sports nesta quinta-feira, Rinaldo José Martorelli, presidente do Sindicato de Atletas Profissionais de São Paulo (Sapesp) falou sobre as medidas que serão implementadas. Para ele, se todas as determinações forem seguidas, as chances de contaminação serão bastante baixas.
“Nós queremos mostrar para a sociedade a maneira cuidadosa que pretendemos voltar. Cumprindo todas as exigências do protocolo elaborado pela comissão médica, a chance de contaminação é muito pequena”, disse o mandatário, que completou destacando que, enquanto os treinos não voltam, os clubes podem aproveitar o momento para aprimorar a preparação dos jogadores.
Rinaldo José Martorelli, presidente da Sapesp (Foto: Reprodução/Sapesp)
“O que ficou decidido com os sindicatos e com o Ministério Público é que os clubes podem aproveitar esse período para testar os atletas, não só com relação a covid, mas toda a capacidade física deles. Então os times podem ganhar um tempo para melhorar a preparação dos jogadores. A preocupação é com a saúde deles, e isso diz respeito também a eles estarem preparados para jogar. O atleta que não se sentir seguro não precisa voltar. Então os clubes podem aproveitar esse tempo, até o dia 1º, para testar os atletas e fazer exames”.
Rinaldo também criticou as gerências dos clubes do Brasil. Quanto à questão salarial dos atletas, o mandatário destacou que a grande maioria dos times não cumpre com seus acordos, fazendo com que o esporte sofra uma perda de credibilidade. Além disso, explicou que é necessário realizar uma ampla reestruturação do futebol nacional para que a situação não piore.
“O futebol virou um meio de descumprimento. Se você pegar todos os clubes, 10% cumprem com os contratos. Não só com atletas, mas de clube pra clube, com o fornecedor. É um meio que está perdendo cada vez mais a credibilidade. A gente tem feito o trabalho para mostrar que a situação está caminhando para o caos”, afirmou o presidente.
“A pandemia chegou para provar que tudo o que vínhamos defendendo, da necessidade da reestruturação do futebol e de uma mudança de mentalidade e conceito, é mais do que necessário. Ou aproveitamos a oportunidade agora e mudamos tudo isso, ou a gente só vai sofrer”, concluiu.